Rio Grande do Sul

MEMÓRIA

‘No dia 25 de abril, em Portugal, me senti dentro do famoso quadro A Poesia está na rua’, conta Carlos Pronzato

Documentarista está no país para acompanhar as comemorações e produzir seu novo filme

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A famosa chaimite, o tanque utilizado na Revolução dos Cravos em 25 de abril de 1974, foi reproduzida na comemoração dos 50 anos - Foto: Carlos Pronzato

“Um dia inolvidável 50 anos depois do dia que abalou Portugal e incidiu fortemente noutras ditaduras da Europa da época. Aguardem o documentário: Foi bonita a festa, pá - Memórias do 25 de abril.”

:: ‘Não podemos deixar que o rio de 25 de Abril se perca do seu leito’, afirma Marilinda Fernandes ::

Assim o documentarista argentino residente no Brasil, Carlos Pronzato anunciou nas suas redes sociais seu novo filme. Ele está em Portugal para gravar entrevistas e acompanhar as comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos.

“Hoje, 25 de abril, feriado aqui em Lisboa, uma gigante manifestação de celebração do fim de uma sanguinária ditadura de 48 anos. Emocionante. Gravamos inúmeras mini entrevistas com populares e pude ver de perto a famosa chaimite, o tanque utilizado na Revolução dos Cravos em 25 de abril de 1974 e também os Capitães de Abril”.

Ao Brasil de Fato RS, contou que se sentiu em meio ao gigante ato dentro do famoso quadro "A Poesia está na rua", da pintora portuguesa Maria Helena Vieira da Silva (concebido a partir do poema com esse nome da poeta Sophia de Mello Brenner).

“Caminhar junto àquela multidão pela Avenida Liberdade até o Rossio gritando a cada tanto "Fascismo nunca mais!" é um alerta para o momento que se vive em Portugal e no mundo com o ascenso da ultra direita”, alerta.

:: Carlos Pronzato, um cineasta das lutas sociais da América Latina ::

Segundo Pronzato, estar em Lisboa participando desta comemoração, realizando seu trabalho com o cinema de intervenção é fundamental para reviver aquele espírito de liberdade e ver muitas das pessoas que fizeram possível a Revolução dos Cravos. “Como está escrito nas paredes portuguesas, 25 de abril sempre!”


Carlos Pronzato nunca tinha gravado um documentário na Europa / Arquivo pessoal

Apesar de já ter abordado diversos temas da década de 1970 na América Latina, Pronzato nunca tinha gravado um documentário na Europa.

“Este é um batismo do nosso cinema político no velho continente e a data dos 50 anos da Revolução dos Cravos crava (utilizando o verbo propositalmente) a mais emocionante derrocada de uma ditadura unindo o povo e o movimento das Forças Armadas, uma combinação  muitíssimo rara de se ver, e que foi talvez o primeiro elemento que me levou a conceber o início das pesquisas deste novo projeto e agora já estar aqui no ‘campo de batalha’", explica.


Edição: Marcelo Ferreira