A 15ª edição do Festival Internacional de Cinema da Fronteira teve a competição de curtas e longas-metragens encerrada nesta sexta-feira (26). Os vencedores das mostras regional e internacional serão conhecidos na noite de sábado (28), em cerimônia de homenagens e entrega de troféus no Centro Histórico Vila de Santa Thereza, em Bagé (RS).
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Privilegiando a diversidade e o acesso a produções audiovisuais, o evento conseguiu reafirmar, em 15 anos, o seu perfil de resistência como festival e marca presença anual no calendário cultural latino-americano.
A cada edição, o evento também presta reverência e homenageia grandes nomes do audiovisual. Araci Esteves, Bárbara Paz, César Charlone, Cid Nader, Elza Soares, Helena Ignez, Ítala Nandi, Jean-Claude Bernardet, Leona Cavalli, Luiz Rosenberg, Paulo José, Zezita Mattos e Zoravia Bettiol foram alguns dos nomes agraciados com o troféu São Sebastião, símbolo máximo do festival.
Na edição de 2024, os nomes em destaque são a prestigiada cineasta argentina Lucrecia Martel e o versátil e talentoso ator e cantor gaúcho Flavio Bauraqui. A diretora conversa com fãs, realizadores e jornalistas desde quarta-feira (24), prestigiando toda a programação que celebra a sua obra.
Já o artista brasileiro, por questões de agenda, só chega ao estado neste fim de semana e falou com exclusividade para o Brasil de Fato RS sobre sua participação no evento, cuja palavra que o resume, em sua opinião, é “necessário”.
“Acho que o Festival da Fronteira é um festival necessário, muito importante pra um país tão grande como é o Brasil, centralizar a cultura. Eu acho que é um grande avanço, e a prova disso são festivais incríveis que tem no nosso Brasil, são maravilhosos”, enaltece Bauraqui. Na visão do ator, a necessidade da cultura é tão básica e primordial como a da alimentação: “Pra mim, eu acho que o ser humano é um alimento, um alimento muito importante, nutritivo. É isso”.
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Reconhecido pelo trabalho tanto no cinema, na televisão e no teatro, hoje, ele tem a sua carreira consolidada, depois de quase 30 anos de estrada. Seus colegas de profissão o elogiam pela capacidade de mudar completamente de um personagem para outro.
Nascido em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, começou escreveu textos teatrais ainda na escola, para que pudesse atuar. Em 1993, Flavio se mudou para o Rio para aprofundar os estudos de dramaturgia, e logo começou a atuar profissionalmente, sob a direção de André Paes Leme, nas montagens de “Baunilha e Trioleto”, “Alcacina e Nicoleta” e “Capital Federal”, todas de Arthur Azevedo. Assim, passou a integrar a Companhia de André, chamada “A Trupe do Rei”.
Com a carreira no teatro já estabelecida, o gaúcho estreou na sétima arte no aclamado “Madame Satã” (Karim Ainouz, 2002), pelo qual foi indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como melhor ator coadjuvante.
No ano seguinte, por sua atuação em “Quase dois irmãos” (Lúcia Murat), novamente recebeu diversas indicações, levando o prêmio de melhor ator no Festival do Rio. Em paralelo, começou seu trabalho na TV Globo, onde fez pequenas participações entre 2003 e 2006, até ganhar o papel do motorista evangélico Ezequiel, em “Duas Caras” (2007), que lhe rendeu reconhecimento nacional.
Na televisão atuou em produções como “Toma lá, dá cá”, “Caras e Bocas”, “Malhação: seu lugar no mundo”, "Meu Pedacinho de Chão", "Filhos da Pátria", "Cine Holliúdy", "Segunda Chamada", entre outros. No streaming esteve no elenco de grandes sucessos como "Impuros", "Arcanjo Renegado" e "Todo dia a mesma noite".
No teatro, em 2016, Flavio rodou os palcos do Brasil com o musical “Cartola: o mundo é um moinho”, sucesso de público e crítica. Na tela grande, ainda esteve no elenco dos filmes "Cafundó", "Zuzú Angel", "Noel - Poeta da Vila", “Nise: O coração da loucura”, "Pureza", "Medida Provisória" e vários outros.
Mais recentemente, apenas no ano passado, Bauraqui gravou uma nova temporada de "Arcanjo Renegado", estreou a sua participação em "Mussum" e na série "Beijo Adolescente", além de ter tido um personagem bastante marcante na trama de "Terra e Paixão", novela das 21h da TV Globo.
Edição: Katia Marko