Apesar da CEEE Equatorial afirmar que o problema de fornecimento de energia está resolvido na sua área de atuação, moradores da região Sul do estado estão sem luz há 20 dias. Os prejuízos relatados por cerca de 35 agricultores de Cerrito, que tem que colocar fora o seu leite quase que diariamente, são muito grandes.
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Na segunda feira (8), um grupo de moradores de Arroio Grande ocupou o escritório da empresa e afirmou que somente sairão quando todos os problemas forem resolvidos. Eles prometem se revezar em grupos de 10 para manter a ocupação e o protesto. Eles explicaram ainda que os trabalhadores da CEEE Equatorial e suas terceirizadas podem entrar e sair livremente.
O presidente da Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais do Rio Grande do Sul (Fetar-RS), João Cézar Larrosa, disse que o desabastecimento começou no dia 21 de março e segue ininterrupto para grande parte das propriedades. “Isso leva os trabalhadores rurais do município ao desespero. É um descaso total. Uma falta de responsabilidade para com o produtor, que paga suas contas em dia. Se trabalhou tanto para que se pudesse ter energia e produzir, e hoje uma empresa irresponsável como a CEEE Equatorial nos dá todo esse prejuízo”, afirmou Larrosa a GZH.
Na semana passada, o endereço da concessionária já havia recebido um protesto. Produtores rurais derramaram leite estragado no local. Na ocasião, o dirigente da Fetar-RS comenta que foi prometido à categoria um incremento do número de funcionários para resolver a falta de luz. Só que isso não foi suficiente para acabar com o problema.
Larossa afirmou também que caso o serviço não seja plenamente restabelecido até sexta-feira, os manifestantes se deslocarão até a sede da CEEE Equatorial em Porto Alegre. A empresa disse que está se informando da situação.
Morte por choque de fio desencapado
Além do desabastecimento, situações geradas por terceirizados contratados pela empresa têm causado acidentes fatais. O menino Marcelo Henrique Lopes Rosa, de 11 anos, foi morto por choque de fio desencapado em Viamão, no dia 22 de março. O setor jurídico da empresa procurou a família para oferecer um acordo.
Porém, segundo o Sul 21, os familiares rejeitaram a proposta da empresa. O jurídico da concessionária procurou os representantes da família no dia 2 de abril, conforme informações de GZH, e formalizou a proposta de acordo com indenização de R$ 200 mil de forma parcelada.
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Os advogados que representam a família do menino, Eduardo Pinto de Carvalho e André Nunes Pacheco, afirmam que a proposta foi recusada porque em casos similares há pagamento de pensão, além da indenização material e dano moral.
Segundo o delegado Alexandre Fleck, da 2ª Delegacia de Polícia de Viamão, a perícia do local não trouxe muitas informações. “A necropsia detectou que a eletricidade teria entrado pela mão, então em princípio o menino colocou a mão no cabo mesmo”, detalha.
Procurada pelo Sul21, a CEEE Equatorial enviou a seguinte nota:
A CEEE Equatorial informa que ainda não foi citada no processo e que irá se manifestar apenas em juízo. A empresa lamenta o ocorrido e segue acompanhando e prestando todo apoio necessário às investigações perante o órgão competente.
Edição: Katia Marko