A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, recebeu deputados da bancada negra da Assembleia Legislativa do RS, nesta quarta-feira (27), na sede do ministério, em Brasília. Na ocasião, Matheus Gomes (PSOL) e Bruna Rodrigues (PCdoB) firmaram o compromisso de propor ao governo gaúcho que acelere a adesão do estado ao Plano Juventude Negra Viva (PJNV).
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O PJNV foi construído com a escuta de aproximadamente 6 mil jovens negros e negras durante a realização das Caravanas Participativas, que percorreram os 26 estados e o Distrito Federal. Busca a redução das vulnerabilidades que afetam a juventude negra brasileira e a violência letal alicerçada no racismo estrutural.
De forma transversal, possui 11 eixos de atuação e conta com mais de 250 ações pactuadas com 18 ministérios. Foi elaborado pelo Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), instituído por meio do Decreto nº 11.444, de 21 de março de 2023, com a participação de 16 ministérios coordenados pelo Ministério da Igualdade Racial, com apoio da Secretaria-geral da Presidência.
A plataforma, lançada recentemente, incluí projetos com potencial transformador para todo o país, como a renovação das Cotas no Serviço Público, a criação de reserva de vagas para jovens negros nas políticas de Primeiro Emprego, Jovem Aprendiz e o estímulo a qualificação profissional nas periferias. De acordo com os deputados, até o momento, o governo gaúcho não se manifestou sobre a adesão ao programa
“Esse é um plano que fala muito sobre a necessidade de pensarmos não apenas a defesa da vida da nossa juventude negra (que por si só já é um desafio gigante) mas também sobre como se pensam alternativas para que essa vida seja digna. Um plano robusto, com diversas metas que são fundamentais de serem encaradas e que são um passo estratégico para o enfrentamento do racismo estrutural e para a superação das desigualdades que ainda assolam nosso país e nosso estado”, afirma Bruna Rodrigues.
Solidariedade à ministra irmã de Marielle
A reunião também tratou do momento em que a Justiça começou a chegar no caso do assassinato de Marielle Franco, irmã da ministra. Na noite da terça-feira (26), deputados de extrema-direita impediram que a cassação do mandato de Chiquinho Brazão fosse votada na Câmara dos Deputados.
A bancada negra se solidarizou com Anielle nesse momento de violência. Também reforçou o compromisso de pressionar as instituições para que todas as relações que envolvem esse crime sejam elucidadas.
“Não será fácil garantir a justiça e a verdade sobre a execução de Marielle e Anderson, mas desvendar toda essa trama poderá ser regenerador para o Estado brasileiro”, afirma Matheus Gomes.
Edição: Marcelo Ferreira