Mulheres organizadas em coletivos e movimentos sociais realizaram mobilização em Eldorado do Sul, na sexta-feira (22), Dia Mundial da Água, colocando eu pauta temas relacionados à vida delas e ao meio ambiente. Realizado em março, mês simbólico para a luta das mulheres, o ato teve como mote “Em defesa do planeta e da vida das mulheres. Mulheres em luta pelo direito à cidade”.
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Com cartazes e faixas, o grupo chegou a trancar a BR 290 e esteve na Câmara de Vereadores, na Prefeitura e no Ministério Público de Eldorado do Sul, onde entregou suas pautas. Participaram do ato mulheres do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD), da Associação dos Atingidos pelas Mudanças Climáticas (AMAC), do Grupo de Mulheres Erotildes Brasil e da Periferia Feminista.
Integrante da direção estadual do MTD, Chirlei Fischer conta que as mulheres trancaram a rodovia em defesa da vida. Além da crítica ao aumento de feminicídios no Brasil e da cobrança por políticas públicas para proteger as mulheres, elas reivindicam a construção de passarelas, a fim de aumentar a segurança de quem precisa atravessar a BR 290, que cruza a cidade.
O ato também defendeu a preservação do rio Jacuí, que segundo o grupo garante não apenas o recurso vital, mas também o meio ambiente e a sustentabilidade das comunidades do entorno. Entre os poluidores do manancial estão agrotóxicos usados pelo agronegócio na região. “Queremos o fim da pulverização aérea no delta do Jacuí”, afirma.
Foi cobrada a conclusão do estudo do projeto de construção de um dique para contenção das enchentes em Eldorado do Sul. A cidade foi duramente atingida na enchente de novembro de 2023, quando as águas avançaram sobre moradias e plantações, afetando inclusive a produção de arroz agroecológico do MST. O projeto está há mais de um ano parado sob análise da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan).
Na defesa de um projeto de empresa energia pública, as mulheres também pediram a reestatização da CEEE Equatorial. Chirlei citou “os altos preços das contas de luz e a privatização da empresa, que não entrega um serviço de qualidade, quando hoje, depois de vários dias, ainda existem muitas pessoas sem luz”. O grupo se reuniu com representantes da Equatorial, após manifestação em frente à sede da Setup, que presta serviços para a empresa.
Edição: Katia Marko