É fundamental e mais que urgente pensar um Projeto Popular para o Brasil
O golpe militar, há 60 anos, aconteceu no dia 1º de abril de 1964. Oficialmente, a data considerada e publicada pelos seus autores e mentores foi 31 de março, para evitar o 1º de abril, ´o Dia do Azar´, na cabeça da população e da sociedade brasileira.
Em 2024, as duas datas coincidem ou estão misturadas com a Semana da Paixão, Páscoa, feriadão, o que dificulta manifestações, etc. Assim, por decisão conjunta da Frente Brasil Popular e da Frente Povo Sem Medo, 23 de março, sábado, será DIA DE MOBILIZAÇÃO NACIONAL, com as seguintes palavras de ordem de unidade das forças democráticas e anti-ditadura: Em Defesa da Democracia. Golpe e Ditadura nunca mais. Sem Anistia para os Golpistas. Contra o Genocídio na Palestina.
Os Atos acontecerão Brasil afora, e poderão ser estendidos para os próximos dias, semanas e durante todo mês de abril, a começar no dia 1º, e mesmo todo 2024. Não há tempo e hora para dizer não à ditadura e sim à democracia. Os tempos são e exigem, mais que nunca, resistência ativa, em épocas muito difíceis e complicadas, no Brasil, na América Latina e no mundo. Governos de direita estão por muitos lugares, as guerras assombram a humanidade, com genocídios como o do povo palestino, e a violência de todos os tipos parece ter entrado na cabeça e no coração das pessoas e de grande parte da sociedade.
Não há tempo a perder. É fundamental e mais que urgente pensar uma estratégia de médio e longo prazos e um Projeto Popular para o Brasil. Políticas públicas com participação social e popular são fundamentais neste tempo histórico e conjuntura.
A busca da paz deve dar-se em todos os espaços: nas famílias, com os vizinhos, nas comunidades, no espaço de trabalho e convivência, assim como nos países e continentes. Não há possibilidade de vida digna sem paz, sem diálogo, sem capacidade de ouvir a outra e o outro.
A democracia há de ser construída e vivida no cotidiano, num esforço planetário de respeitar direitos, soberania, de dar vez e voz a todas e todos, a começar pelos mais pobres entre os pobres, os injustiçados, as mulheres, os jovens, o povo negro, os indígenas, as populações das periferias, a população LGBTQIA+, que são os mais atingidos e violentados todos os dias pelos poderes da direita conservadora e capitalista.
Não se pode descrer e deixar de construir com fé e coragem uma Sociedade do Bem Viver. A utopia das e dos que acreditam no amanhã e futuro precisa estar no horizonte da luta e da mobilização diária.
As consequências de um golpe e de uma ditadura, mesmo depois de 60 anos, ainda estão presentes em 2024. Tal como os resultados nefastos do golpe de 2016 no Brasil, que trouxe de volta o neofascismo e o ultraneoliberalismo, junto com o mercado livre e sem controle, golpe ajudado e apoiado pela Rede Globo e grande mídia, pelo latifúndio, pelos conservadores de plantão, eles hoje com o controle das mídias digitais, das Fake News e toda a parafernália de comunicação que a direita ultraneoliberal e o mercado jamais vão querer democratizar.
O Dia de Mobilização nacional em 23 de março, lembrando 1964 e os 60 anos do golpe, são parte da consolidação da democracia num país que, ao longo dos seus mais de 500 anos, nunca pôde ou soube viver e conviver por muito tempo com democracia, tanto no século XX quanto no atual século XXI.
Os tempos urgem e rugem, diz o ditado popular. A unidade de todas e todos os democratas deve dar-se nas ruas, nos Parlamentos, nos governos com programas democrático-populares, nas eleições como a de outubro de 2024. Está em jogo a humanidade, está em jogo o amanhã de crianças e jovens, está em jogo o futuro de trabalhadoras e trabalhadores. Com Paz, com Justiça social, com Soberania, com Democracia.
No dia 23 de março e em todo 2024, na boa luta, com muita fé e coragem, ninguém soltando a mão de ninguém, ESPERANÇAR, sem descanso e com ampla unidade. E, depois da paixão e morte, comemorar a RESSURREIÇÃO.
* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Katia Marko