A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (15), encerrou com o anúncio de R$ 344,6 milhões em obras de infraestrutura e residências, que vão beneficiar principalmente municípios atingidos pelas enchentes em 2023. Pelo programa Minha Casa, Minha Vida Calamidades, serão construídas 857 novas moradias em 13 municípios gaúchos.
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As moradias vão custar R$ 209 milhões e serão construídas em Muçum, Roca Sales, Estrela, Arroio do Meio, Cruzeiro do Sul, Venâncio Aires, Colinas, Santa Teresa, Novo Hamburgo, Eldorado do Sul, Montenegro, Pelotas e Rio Grande. As obras de infraestrutura, que vão reconstruir pontes e trechos de estradas afetados, terão um custo de R$ 135 milhões e serão realizadas em 12 municípios, grande parte deles no no Vale do Taquari, região mais impactada pelas enchentes de 2023.
O anúncio foi feito à tarde, durante visita a Lajeado, no Vale do Taquari, em encontro realizado no auditório da Universidade do Vale do Taquari (Univates). O presidente estava acompanhado de uma comitiva composta pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e pelos ministros Rui Costa, da Casa Civil; Waldez Góes, da Integração e Desenvolvimento Regional; Jader Filho, das Cidades; Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; e Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência.
"Eu sei o sofrimento que é ver as coisas irem embora"
Em seu discurso, Lula se emocionou ao lembrar das vítimas dos temporais e disse que sua ida ao Vale do Taquari é um gesto de solidariedade. “Já morei em lugares onde entrou um metro e meio de água na minha casa, eu sei o estrago que faz a água dentro da casa da gente. Eu sei o sofrimento que é ver as coisas irem embora dentro de casa, a árvore que vocês plantaram, os animais que vocês criaram indo embora, e a gente sem saber o que fazer diante da raiva com a força da natureza”, lembrou.
O ministro Paulo Pimenta fez um relato das ações emergenciais do governo federal desde o início das enchentes. Desde setembro de 2023, foram destinados R$ 232 milhões em resposta às chuvas intensas, dos quais R$ 119,3 milhões foram para o Vale do Taquari, com R$ 88,3 milhões aos municípios e R$ 26,9 milhões ao estado. Também foram enviados ao estado aeronaves, botes, caminhões pipa, ambulâncias, retroescavadeiras, tratores e viaturas, além de materiais e equipamentos de engenharia, geradores e barracas.
“Vi pessoas chorando com suas casas perdidas, o desespero das pessoas procurando gente desaparecida sem saber o que tinha acontecido. Mais uma vez a vida nos mostrou que com solidariedade, determinação e tendo governos com sensibilidade social nós somos fortes o suficiente para dar a volta por cima e recomeçar”, disse Pimenta.
União de esforços
Presente no evento, o governador Eduardo Leite (PSDB) recebeu algumas vaias ao ser chamado a falar. Iniciou seu discurso pedindo união e disse que não era momento de diferenças partidárias. Ele recordou que nos últimos anos, em meio à pandemia de covid-19, o ex-presidente Jair Bolsonaro dividiu o país.
Leite agradeceu pelo apoio do governo federal, que horas após o início das enchentes se solidarizou e se mobilizou para trabalhar e articular a destinação dos recursos disponibilizados. “Temos dois desafios na maquina publica, um é ter o dinheiro, e foi disponibilizado. O segundo é poder executar o recurso, porque dinheiro publico não é dinheiro privado que pode sair contratando a cada na esquina, tem uma burocracia, e essa burocracia, para ser liberada, precisa de uma comunhão de esforços”, disse.
“Enchentes podem passar, mas a dor fica"
O Movimento dos Atingidos por Barragens, que tem atuado no apoio às vítimas das enchentes, se mobilizou para participar do ato. A coordenadora do movimento na região e moradora de Roca Sales atingida pelas chuvas, Raquel Vargas, falou em nome dos atingidos. Disse que “as enchentes podem passar, mas a dor fica no mesmo lugar”, e agradeceu ao governo federal e ao presidente Lula pelo apoio à região.
Raquel lembrou que o presidente Lula sancionou, em dezembro de 2023, a lei que institui a Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (Pnab). “Lei nacional que garante o direito dos atingidos e atingidas, num gesto de extrema generosidade e compromisso, e por isso somos imensamente gratas ao presidente Lula”, afirmou. Ela cobrou que a lei seja aplicada para garantir os direitos frente ao aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos.
* Com informações da Agência Gov
Edição: Marcelo Ferreira