Rio Grande do Sul

Luta das mulheres

Porto Alegre realiza ato em alusão ao Dia Internacional da Mulher nesta quinta-feira (14)

Durante o dia organizações e movimentos sociais promovem eventos descentralizados; ato unificado será às 18h

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A concentração acontece a partir das 18h, na Esquina Democrática, com caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares - Levante Popular da Juventude

"Pela vida das mulheres, contra todas as violências! Basta de feminicídios! Basta de privatizações" são algumas das pautas que estarão presentes no ato desta quinta-feira (14) em Porto Alegre, em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Programada para acontecer na última sexta-feira (8), a manifestação foi transferida devido ao tempo chuvoso. A nova data escolhida marca o dia em que completam seis anos do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco.

Durante o dia organizações e movimentos sociais realizarão eventos descentralizados. Entre eles está o mutirão com foco em direito das famílias e das mulheres realizado pela Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS). A ação acontece das 10h às 15h, no Largo Glênio Peres. O evento, promovido pelo Núcleo de Defesa das Famílias (Nudefam) e o Núcleo de Defesa das Mulheres (Nudem), tem como objetivo aproximar o público da atuação dos núcleos, prestando orientações sobre demandas envolvendo direito das famílias e das mulheres.

:: Devido à chuva, ato do 8M em Porto Alegre é transferido para a próxima quinta-feira (14) ::

À tarde, o Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH-RS) realizará o debate “Mulheres e Direitos Humanos: um debate necessário”. A atividade inicia às 14h, na sala Salzano Vieira da Cunha, 3º andar da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, e terá transmissão pela página oficial do CEDH-RS no Facebook.

O evento tem como objetivo debater o fortalecimento da participação das mulheres no avanço das pautas de direitos humanos e terá como convidadas Fabiane Dutra, presidenta do Conselho Estadual do Direito das Mulheres (CEDM-RS) e da União Brasileira de Mulheres; Angela Ruschel, psicóloga do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (HMIPV) e do Fórum Aborto Legal do RS; e Deborah Duprat, advogada e sobprocuradora-geral da República aposentada.


Foto: Divulgação

Ato unificado na Esquina Democrática

No final do dia acontecerá o ato unificado 8M. A concentração acontece a partir das 18h, na Esquina Democrática, com caminhada até o Largo Zumbi dos Palmares.

“Não queremos flores, queremos nossos direitos efetivados. As mobilizações do 8 de Março são fruto das lutas históricas das mulheres contra as desigualdades geradas pelo patriarcado. Desde o campo do trabalho e contra as inúmeras formas de violências sofridas tanto no público quanto no privado. Todo ano nessa data nos articulamos e mobilizamos. Mas nossas lutas ocorrem durante o ano todo. Não basta somente refletir, é preciso agir para que mudanças ocorram. A vida das mulheres importa e é isso que a gente vem demonstrar”, ressalta a psicóloga e integrante do Levante Feminista contra o Feminicídio Thais Pereira.

Para a promotora legal popular e presidenta da Associação das Promotoras Legais do RS, Fabiane Lara dos Santos, que é uma sobrevivente de feminicídio, a mobilização do 8M é importante por ser marcador de reflexão e de organização sobre todas as lutas das mulheres no âmbito social, cultural e político. “É um mês de luta que dá início a caminhada dos 365 dias de resistência”, afirma.

:: 8M: ‘Não queremos flores, queremos nossos direitos efetivados’, destacam militantes ::

Também sobrevivente de feminicídio, Carol Santos, do Movimento Feminista Inclusivas e integrante do Levante Feminista, destaca que o 8M é mais um grito de todas as mulheres gaúchas contra todos os retrocessos e vidas silenciadas nós últimos anos. “Juntas estaremos unidas para reafirmar nossas lutas por igualdade e direitos. Nenhuma mulher pode ficar para trás.”

“O sonho da vida de toda feminista é que um dia a gente possa falar, no 8 de Março, só das nossas conquistas e não mais de violência. Queremos viver sem violência, um mundo de paz, um mundo de equidade, um mundo de oportunidades iguais para todas nós. Sabemos que está longe desse dia chegar, mas seguimos na luta”, complementa a presidenta do Conselho Estadual do Direito da Mulher (CEDM), Fabiane Dutra. 


Edição: Marcelo Ferreira