Quem circular pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul nesta semana, marcada pelo Dia Internacional da Mulher (8), se deparará com um Manifesto Antifeminicídio, em forma de arte, exposto pela artista visual Graça Craidy, no Espaço Carlos Santos, principal acesso à Casa.
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O Manifesto Antifeminicídio é composto de seis imagens produzidas pela artista para denunciar a incidência de crimes fatais cometidos por maridos, companheiros e namorados contra mulheres com quem se relacionam. Quatro obras retratam noivas mortas, figuras femininas fúnebres que vestem véu e grinalda e carregam buquê de flores nas mãos. A mostra é completada por duas pinturas de mulheres que gritam de pavor.
A montagem dos trabalhos foi concluída no final da tarde desta segunda-feira (4), e a mostra permanece no local até sexta-feira (8). A inauguração oficial será nesta quarta (6), às 13h.
Quatro deputadas apoiam a realização da exposição na Assembleia: Stela Farias (PT), pela Força Tarefa de Combate aos Feminicídios do RS, vinculada à Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado; Sofia Cavedon (PT), pela Comissão de Educação; Patrícia Alba (MDB), pela Procuradoria da Mulher; e Laura Sito (PT), pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos.
A artista Graça Craidy desenvolve essa linha de expressão na sua arte desde 2015. Ela conta que escolheu pintar o tema "noivas" para alertar, pois "é no contexto do casamento que a violência maior acontece. A maioria dos feminicidas é marido ou ex-companheiro, então, cuidado com quem tu casas, cuidado com o amor cego! Ensina tuas filhas a não se relacionar com homens violentos, potencialmente agressores e até assassinos," adverte ela.
A exposição exibe o Manifesto Antifeminicídio escrito pela própria artista em um banner e em panfletos distribuídos no local.
“Parem de matar nossas mulheres. Parem de matar nossas mães. Parem de matar nossas avós, irmãs, tias, primas, amigas. Parem de nos matar. Nós não somos suas propriedades. Nós não somos suas escravas. Nós não somos suas inferiores. Está na Constituição. Somos iguais aos homens. Mesmos direitos. Mesmos deveres. Não, não e não, homem, você não é a cabeça da mulher. Toda mulher tem a sua própria cabeça. É autônoma. Livre. Dona do seu nariz. Do seu corpo. Quer que a sua mulher fique com você? Faça por merecer. Ninguém vai embora de onde existe amor, respeito, lealdade. Reconstruir a vida com outras pessoas pode ser a melhor saída para a felicidade de um casal que não vive bem. E para seus filhos também. Aceite. Amor não é obrigação. Amor é colheita”, diz um trecho do manifesto.
Edição: Katia Marko