Após encerrar o ano com a cesta básica mais cara entre as 17 capitais brasileiras que compõem a apuração mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Porto Alegre passou a ocupar em janeiro a quarta posição. O custo dos produtos apresentou alta de 3,21% em relação a dezembro de 2023, passando a custar de R$ 791,16. Em comparação com janeiro de 2023, o valor subiu 4,47%.
:: Porto Alegre fecha 2023 com a cesta básica mais cara do país, aponta Dieese ::
Entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, sete produtos que compõem a cesta básica tiveram alta nos preços médios: batata (30,43%), arroz agulhinha (12,54%), feijão preto (11,92%), tomate (11,51%), farinha de trigo (3,06%), óleo de soja (2,76%) e açúcar refinado (2,24%). Outros seis produtos apresentaram queda de preço: banana (-3,08%), café (-0,91%), carne bovina de primeira (-0,87%), pão (-0,73%), leite integral (-0,69%) e manteiga (-0,08%).
No acumulado dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em seis dos 13 produtos da cesta: tomate (39,71%), batata (36,67%), arroz agulhinha (35,79%), feijão (18,41%), açúcar refinado (11,33%), pão francês (3,92%). Outros sete bens tiveram redução de preço: óleo de soja (-26,09%), café em pó (-16,94%), farinha de trigo (-8,55%), leite integral (-7,92%), carne bovina de primeira (-4,11%), banana (2,89%) e manteiga (- 0,90%).
Em janeiro, valor da cesta básica sobe em 16 capitais
No primeiro mês de 2024, o custo da cesta básica aumentou em 16 das 17 capitais onde o Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. A única redução ocorreu em Fortaleza (-1,91%).
As elevações mais importantes foram registradas em Belo Horizonte (10,43%), Rio de Janeiro (7,20%), Brasília (6,27%) e Goiânia (6,18%). Florianópolis foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 800,31), seguida por São Paulo (R$ 793,39), Rio de Janeiro (R$ 791,77) e Porto Alegre (R$ 791,16). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 528,48), Recife (R$ 550,51) e João Pessoa (R$ 559,77).
A comparação dos valores da cesta entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024 mostrou que nove capitais tiveram alta de preço, com destaque para as variações das cidades do Sul: Florianópolis (5,21%), Curitiba (4,47%) e Porto Alegre (4,47%). Outras oito apresentaram taxas negativas que oscilaram entre -9,47%, em Recife, e -0,26%, em Salvador.
Cesta x salário mínimo
Em janeiro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.723,41, ou 4,76 vezes o mínimo de R$ 1.412,00, segundo estimativa do Dieese. Em dezembro de 2023, quando o salário mínimo foi de R$ 1.320,00, o valor necessário ficou em R$ 6.439,62 e correspondia a 4,88 vezes o piso mínimo. Em janeiro de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.641,58 ou 5,10 vezes o valor vigente.
A estimativa é feita com base na cesta mais cara, que, em janeiro foi a de Florianópolis. Leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Edição: Marcelo Ferreira