"Qual o papel dos feminismos em um mundo de crises social ambiental e política?" Está é a pergunta que norteia o quarto ano do curso de Aperfeiçoamento em Feminismos da As Pensadoras, com o tema “Denúncias e anúncios dos feminismos em um mundo de crises”. Em ano de eleição política no Brasil, é impossível não comparar e questionar a situação das mulheres que se envolvem com o tema no país, em que apesar de serem 52,62% do eleitorado, apenas 18,2% delas foram eleitas na última eleição.
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Neste contexto, o curso que tem carga horária de 200 horas e é um tipo de especialização, com aulas às sextas-feiras e aos sábados, tem como objetivo criar um espaço político de estudos com pessoas que querem denunciar um mundo de injustiça intelectual e social. Ao mesmo tempo busca esperanças para a construção de outro mundo, para e com pessoas e a dignidade de suas vidas.
“Para tanto, estudar os feminismos significa pensarmos e agirmos em comunidade, com alianças para superação de um mundo de crises”, afirma a coordenadora pedagógica do curso, a professora e doutora Rita de Cássia Fraga Machado.
Aberto para todos os públicos, não há requisitos para se matricular e assistir às aulas, somente o desejo de estudar feminismos. Todas as participantes recebem certificado de conclusão. As aulas são pelo Google Meet, em que as alunas podem interagir com as professoras, além de todo material ser disponibilizado para as estudantes.
As aulas são totalmente online e as inscrições podem ser feitas no site da instituição.
Aula inaugural em fevereiro
A aula inaugural do curso é no dia 15 de fevereiro e será ministrada pela Rita Machado e pela deputada federal do PSOL, Fernanda Melchionna. A convidada irá falar do seu livro "Tudo isso é feminismo? Uma visão sobre histórias, lutas e mulheres". Lançada em novembro de 2023, a obra conta sobre a experiência da autora e seu trabalho na defesa dos direitos das mulheres, em debates sobre gênero, feminismo e políticas públicas nos mais diferentes espaços sociais, culturais e midiáticos.
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O livro é o primeiro de Fernanda, que é a primeira deputada federal da história da Câmara formada em Biblioteconomia. O trabalho também propõe uma viagem pela História, a fim de compreender as condições de existência, de resistência e de ofensiva das mulheres para fugirem da opressão. Além de abordar a conscientização feminina como sujeito histórico, por meio da criação de ferramentas de luta e de organização.
Disciplinas do curso
As aulas iniciam em março e serão realizadas até outubro, divididas em seis minicursos/disciplinas. Elas são ministradas por professoras e pesquisadoras de todo o Brasil. O primeiro curso será ministrado pela professora Anadir Miranda, doutora em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e terá como tema a História das Mulheres.
No mês de abril, será a vez da disciplina Resistência das Mulheres Indígenas: vozes que clamam por direitos e justiça, lecionada pela professora Adriana Fernandes Korã, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Em junho, mês que se comemora o orgulho LGBTQIA+, terá o curso Transfeminismos com a professora e doutora pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Gianni Gomes. Com uma pausa em julho, as aulas serão retomadas em agosto, sobre Mulheres e Política, ministradas pela professora Paula Gabriela, da Universidade Federal de Goiás (UFG).
Feminismo Decolonial é o tema da disciplina de setembro que será lecionado pela professora Susana Castro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A professora Drica Madeira, também da UFRJ, fecha o curso de aperfeiçoamento em outubro com o curso A violência contra mulher na sociedade atual.
Edição: Katia Marko