Moradores dos bairros afetados com a falta do abastecimento de água nos dias críticos do verão recebem solução paliativa da prefeitura da capital gaúcha diante de um problema que é crônico. De acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), o problema é decorrente da falta de energia elétrica, que afeta o funcionamento de estações de tratamento. Após mobilização de moradores da Lomba do Pinheiro, o Dmae anunciou a contratação, por 90 dias, de seis geradores e três transformadores.
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As estruturas serão instaladas na Estação de Tratamento de Água (ETA) Belém Novo, onde ficam três equipamentos fundamentais: um de captação de água no Guaíba e tratamento e dois sistemas de bombeamento (Boa Vista e Restinga). Além da Zona Sul da Capital, a estação de Belém Novo abastece alguns pontos da Zona Leste. A ETA fornece abastecimento de água a uma média de 400 mil pessoas. A estação tem capacidade para 1,1 mil litros de água tratada por segundo.
O processo de locação está em fase de finalização e os equipamentos devem chegar nos próximos dias, para entrar em funcionamento na sequência. O custo será de R$ 2,1 milhões.
Um problema persistente
O anúncio da medida ocorre após a mobilização dos moradores que reinvidicaram solução, por meio de documento feito pelo Conselho Popular da Lomba do Pinheiro e entregue ao Dmae. O Conselho ressalta que o desabastecimento na região é algo histórico e recorrente, assim como em outras regiões periféricas de Porto Alegre. A comunidade solicitou, também, para que cada morador tenha uma caixa d’água e que se faça uma cisterna nas entradas da comunidade para que nos períodos críticos se possa ter um respaldo.
:: Conselho Popular da Lomba do Pinheiro entrega reivindicações ao Dmae ::
Moradora da Comunidade Santo Antônio Colinas, no bairro Lomba do Pinheiro, Isabel Adriana Klein entende que o aluguel dos geradores é emergencial mas não resolve o problema. "A gente entende que isso não é uma solução que vai de fato resolver a questão da falta da água. A gente espera que o poder público tome uma iniciativa de fato de investir na questão da água na Lomba do Pinheiro, e que enquanto não se investir de fato com a estrutura para a quantidade de pessoas que aqui moram, nós vamos todo verão ter a mesma fala, as mesmas situações", comenta.
Segundo ela, que vive na Lomba do Pinheiro há 22 anos, que a solução para o problema da falta de água vem sendo protelada há muito tempo. "A gente sabe que isso não vai resolver, mas entre ter uma situação onde não se resolve e possa se amenizar, claro que isso não é uma coisa que nos deixa numa situação confortável".
Isabel afirma os moradores vão seguir fazendo pressão para que a prefeitura realize uma intervenção "no sentido de refazer e aumentar a questão da infraestrutura em relação à tubulação de água na Lomba e de fato resolver essa questão". Ela ressalta que "não é novidade que as pessoas, todo ano aqui na comunidade, têm essa questão de falta d'água". Por isso cobra que "se aumente a tubulação de água para que de fato isso seja resolvido, caso contrário a gente vai estar secando gelo".
Edição: Marcelo Ferreira