Enquanto a orla do Guaíba consolida-se como principal área de lazer de Porto Alegre, o parque mais emblemático da Capital sofre com o descaso da gestão pública. O playground localizado próximo ao Monumento ao Expedicionário, na avenida José Bonifácio, está sem manutenção desde a sua reinauguração em fevereiro de 2020. Somente após pressão social a prefeitura foi ao local, constatou os problemas e prometeu consertar.
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Desde abril do ano passado o Coletivo Preserva Redenção, que conta com mais de 250 integrantes e diversas entidades, denuncia a situação do parquinho que preocupa pelo risco iminente de acidentes às crianças. "Meus netos são usuários da pracinha infantil e me preocupa a falta de manutenção", comenta Paulo de Tarso Riccordi, jornalista aposentado e frequantador do local.
Ele diz que a pracinha está há mais de ano sem manutenção, com total degradação dos brinquedos, com pregos e parafusos expostos. "Fotografei em abril, dezembro do ano passado, hoje e constato que nada foi feito para corrigir e garantir a segurança das crianças. Só degradou. Balanços amarrados com cordas, escadinhas dos brinquedos sem degraus, pregos expostos em brinquedos", reclama.
Embora as obras de qualificação no Parque Farroupilha, a Redenção, que começaram em novembro do ano passado, os aparelhos, brinquedos e monumentos seguem com aspecto envelhecido ou depredados. O investimento de cerca de R$ 300 mil e inclui instalação de rampas, reforma nos sanitários e bebedouros acessíveis causa desconfiança dos frequentadores.
"Minha desconfiança é que a não manutenção das pracinhas infantis e demais equipamentos públicos, os deixando se degradarem, seja intencional para dois objetivos. O primeiro é que ao invés da conservação e recuperação permanente por parte de equipes regulares da prefeitura, deixarem degradar para justificarem grandes obras de 'revitalização' a cada véspera de eleição, por empresas privadas, mediante projetos caros. Ou deixar degradar para 'provar' que o poder público 'não sabe administrar' e deve privatiza, ou fazer concessões 'temporárias'", avalia Paulo de Tarso.
Após pressão, local problemas devem ser resolvidos
Após as diversas denúncias, aconteceu nesta quinta-feira (4) uma reunião do Coletivo Preserva Redenção e entes da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Juventude e de Serviços Urbanos (SMELJ), para buscar a conservação do local. O encontro para conferir o estado dos brinquedos instalados foi motivado por uma reclamação em uma reunião do Conselho do Orçamento Participativo nesta semana.
“Este relato de risco à segurança despertou a nossa atenção e por isso, quando ficamos sabendo, viemos fazer a vistoria. São coisas do cotidiano e isso pode ser feito de um dia para o outro. Não são reformas, não são investimentos. A gente não está aqui para discutir, a gente veio para resolver estas pequenas questões. Fotografamos todos os pontos e vamos encaminhar para as secretarias responsáveis”, afirmou o secretário adjunto da SMELJ, Vinicius Kaster.
A prefeitura informa que os brinquedos em mau estado do parque infantil da Redenção serão retirados na próxima segunda-feira (8) e que os brinquedos que estão fora do padrão ergonômico serão substituídos por equipamentos novos, mais adequados e resistentes para o uso constante. Os demais itens serão consertados, assim como o piso de borracha e outros elementos do parque infantil.
Kaster falou também da possibilidade de encontrar uma empresa que adote o espaço, assim como ocorre no Trecho 3 da Orla do Guaíba. “Em qualquer lugar existe a possibilidade da adoção. O nosso governo defende muito esta questão, pois qualifica zeladoria e ajuda a cuidar mais da nossa cidade. Se soubermos de alguma empresa que queira adotar e divulgar a sua marca, vamos fazer este encaminhamento, pois a Redenção é um lugar que recebe milhares de pessoas semanalmente”, completou.
Edição: Marcelo Ferreira