A ciranda da ancestralidade pautou as reflexões do último encontro do projeto Matricária: Mulheres, Cultura e Autocuidado, de 2023. Realizada na Tenda da Pipa, a oficina finalizou uma série de seis encontros que reuniu mulheres e mais dois em que toda comunidade pode participar.
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Para a coordenadora do projeto, a musicista Tita Scalcon, foi uma alegria poder sair do rigor dos coros tradicionais para brincar e acolher, enquanto ensinava músicas e partilhava outros tantos saberes. “Desenvolvemos uma metodologia bem orgânica, cujos processos ainda serão sentidos durante a escrita do relatório desta etapa 2023 e a preparação para o próximo ano.”
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Ela lembra que as temáticas foram se entrelaçando, dividindo espaço com as reflexões iniciais dos encontros a partir da leitura do livro “Uma Revolução Sutil”, de Yael Barcesat, além dos exercícios de respiração, da escuta, acolhida, trocas e da peça principal Redescobrir.
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A oficineira Fernanda Nielsen explica que a canção de Gonzaguinha, Redescobrir, foi escolhida por trazer aspectos do trabalho, da irmandade e ainda “por ser uma ciranda, podemos dançar e nos alegrar”.
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E por falar em alegria, divertidas atividades de percussão corporal - importantes para expressividade, entrosamento e cumplicidade do coletivo, foram desenvolvidas em todas oficinas.
Das participantes, a avaliação geral foi muito positiva. O desejo de que o projeto Matricária se amplie para alcançar mais mulheres e impactar outras comunidades também foi unânime.
A presidenta da Cantalomba, Cristiane Petry, salientou a importância do trabalho com música, arte e autocuidado. “É uma grandiosidade do grupo Matricária. Uma experiência a ser celebrada pelo fértil plantio já realizado.”
Inspiração na botânica
Todas participantes receberam de presente uma camiseta do projeto, em algodão não-clorado. A secretária da Associação Cantalomba, Alexandra Machado, autora da logomarca do coletivo feminino que estampa a camiseta, artefinalizada pela publicitária Suzi Gutbier, salientou que a motivação partiu do nome do grupo que refere a planta camomila, muito comum nos lares gaúchos.
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“Matricária é o nome científico da camomila, um chá que acalma, que acolhe toda nossa feminilidade, matriarcal. Matricária vem de matrix, que no latim significa útero”, explica. Ela comenta também sobre a logomarca que utiliza a camomila para formar a silhueta do rosto de uma mulher que é plural, conforme insinuam os cabelos diferenciados para demarcar a diversidade.
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No ano que vem o projeto Matricária: Mulheres, Cultura e Autocuidado também será desenvolvido em outros dois bairros de Novo Hamburgo, Boa Saúde e Santo Afonso.
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O Projeto Matricária é promovido pela Associação Cultural Cantalomba, e neste ano contou com financiamento do Sicredi Fundo Social e apoio da Prefeitura de Novo Hamburgo/Secult, Amolomba, Ecosol da Lomba, Comunidade Católica São José, Emater e Comunidade Luterana de Lomba Grande\IECLB.
Edição: Katia Marko