Rio Grande do Sul

ARTIGO

COP 28, o Brasil e o desastre do Rio Grande Sul

A 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU acontece em Dubai, Emirados Árabes, de 30/11 a 12/12

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"Eduardo Leite não tem um Plano Estadual sobre Mudança Climática, como prevê a Lei 13.594/ 2010, não tem um plano de contingência para desastres e eventos climáticos - Foto: Jorge Leão

A COP 28 traz urgências e enormes desafios. O planeta está mais quente. Os eventos extremos, consequência direta das mudanças climáticas, são uma realidade que se impôs de forma avassaladora.

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As evidências estão todos os dias nas páginas dos jornais, na TV, internet, aqui no estado: chuvas torrenciais, enchentes, furacões, vendavais, ondas de calor, incêndios, secas extremas, mortes e destruição. Os modelos climáticos indicam alteração no Sul global, tornando mais recorrentes as inundações rápidas e estiagens prolongadas. O clima planetário coloca para a humanidade o desafio urgente da sobrevivência.

Na COP o não cumprimento das metas de redução de emissões de gases-estufa deve aparecer com força, pois as ações dos países não são suficientes para limitar o aquecimento global em um nível controlável; a insensatez segue presidindo o presente e destruindo o futuro. Além da mitigação, é fundamental a adaptação às novas condições climáticas, um desafio global que precisa de financiamento e exige prioridades.

Os países desenvolvidos são os maiores responsáveis pelo aquecimento global porque se beneficiaram com o uso da energia fóssil e de um padrão de desenvolvimento insustentável. A cooperação internacional deve aumentar com recursos financeiros e ter como base o conhecimento em tecnologias sustentáveis. A transição deve ter foco na redução da desigualdade social e regional, pois a mudança climática impacta mais os países e as populações pobres e vulneráveis. 

É neste contexto que o Brasil se insere como protagonista. Com o presidente Lula, a agenda ambiental volta com força. O que se passa aqui repercute no mundo, pois aqui está a maior floresta tropical do mundo e somos referência em energia renovável.

A notícia da queda do desmatamento da Amazônia é animadora, e mostra um governo comprometido. É preciso, no entanto, mais ousadia e uma ação coletiva de longo prazo para todos os biomas, o Cerrado, Pantanal, Pampa, Mata Atlântica, e Caatinga. 

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Infelizmente, o Rio Grande do Sul não acompanha esse esforço, mesmo diante das brutais secas, enchentes e mortes deste ano. Se um dia fomos vanguarda, hoje somos atraso.

No PPA de Eduardo Leite não existem os biomas Pampa e Mata Atlântica e no orçamento de 2024 a agenda ambiental é completamente ausente. Leite não tem um Plano Estadual sobre Mudança Climática, como prevê a Lei 13.594/ 2010, não tem um plano de contingência para desastres e eventos climáticos, não tem política de defesa civil, não tem política de clima, não tem política de recursos hídricos.

Um desastre! É preciso ações concretas e recursos para realizar a profunda transição ecológica necessária para criação de esperança e futuro as próximas gerações.


Edição: Katia Marko