Autor de quase duas dezenas de livros, a grande maioria na pegada do humor, Carlos Castelo está de volta ao Brasil de Fato RS, onde publicará suas crônicas semanalmente. Usando e abusando da condição de ser o mais paulistano dos piauienses, Carlos Antônio de Melo e Castelo Branco, além de cronista, brinca nas 11 posições como publicitário, jornalista, poeta e frasista. Sem contar que também navega nas ondas da música popular.
:: Lançando seu 18º livro, Carlos Castelo agora ataca com Risos no Hospício ::
Foi assim que se tornou compositor de hilárias canções do também paulistano e também irreverente Língua de Trapo, grupo que gravou pérolas como “Os metaleiros também amam”, que traz versos impagáveis como “Ela dançava feito uma paranormal/Ao som daquela banda de heavy metal” ou “Ela deu pra andar com o seu dedo em riste/E me rasgou quatro poster do Judas Priest”.
Sem falar na verve de “Como é bom ser punk” onde celebra assim: “Como é bom ser punk/ Comer toda uma jaca/ Entrar no coletivo/Vomitar na catraca”.
Galhofa com Bolsonaro
Em 2022, virou dicionarista. Mas na base da galhofa. Foi o modo que encontrou para festejar o derradeiro ano de Jair Bolsonaro na presidência. Tirando sarro do hoje inelegível, publicou o “Dicionaro, o dicionário de Bolso”.
Dele extraímos rutilantes pepitas. Ao definir “Miliciano”, escreveu “A terceira pessoa da Santíssima Trindade sendo as outras duas o presidente e seu primogênito”. Os verbetes do Dicionaro trazem definições sobre, por exemplo, Amazônia, religião, pandemia, ignorância, corrupção e muitas mais.
Para o humorista Gregório Duvivier, “Carlos Castelo convoca todos os músculos da palavra pra chegar o mais rápido possível na linha de chegada”. Biógrafo de Garrincha e Nélson Rodrigues, Ruy Castro é outro que acompanha as casteladas. “Quando eu quero rir e me irritar ao mesmo tempo, vou direto aos aforismos de Carlos Castelo”, já disse.
E por falar em aforismos, Castelo vem com uma penca deles no retorno nesta edição ao Brasil de Fato RS com o texto “Nem vivendo nove vidas se vê um banqueiro acabar na pobreza”. Corram lá para conferir.
Edição: Marcelo Ferreira