Mais de 18 milhões de mulheres sofreram alguma forma de violência no país em 2022. Todas as formas de violência contra a mulher apresentaram crescimento acentuado. Os dados são da pesquisa “Visível e Invisível” do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgados nesta segunda-feira (13).
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No primeiro semestre de 2023, foram 722 mulheres mortas por feminicídio, além de 34 mil estupros e estupros de vulneráveis de meninas e mulheres de janeiro a junho. O número representa aumento de 14,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
Diante deste cenário o Levante Feminista lançou nota clamando pelo fim do feminicídio. “Esse número é estarrecedor, pois demonstra como o machismo estrutural se manifesta na sua forma mais violenta possível sobre os corpos das mulheres, tirando suas vidas. É preciso que esses crimes bárbaros sejam combatidos, mas acima de tudo que eles sejam evitados”, diz trecho do texto.
Para o movimento os dados revelam que as políticas públicas já existentes de proteção às mulheres em situação de violência precisam de incrementos, uma vez que não se mostram suficientes para resolver um problema de tamanha gravidade na nossa sociedade.
“O poder público federal, estadual e municipal precisa colocar na sua agenda essa pauta de crimes hediondos que se abate sobre as mulheres. Políticas públicas precisam ser implementadas a curto, médio e longo prazos para solucionar esse problema que há muito deixou de ser uma questão doméstica e cada dia mais se mostra como um problema social”, ressalta.
Conforme afirma a nota, o feminicídio é um crime de ódio, mata a mulher, destrói a família, põe em risco a vida de crianças e adolescentes que ficam órfãs e geralmente profundamente impactadas com o ocorrido em suas vidas.
Abaixo a nota completa
NÃO VAMOS NOS CALAR! BASTA DE FEMINICÍDIOS!
A Campanha Nacional Levante Feminista Contra o Feminicídio, o Lesbocídio e o Transfeminicídio, vem a público demonstrar toda sua indignação pela escalada da violência contra as mulheres em todo o território nacional que culminou, no primeiro semestre de 2023, em 722 mulheres mortas por feminicídio, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
A constatação tem como base os dados das Secretarias Estaduais de Segurança Pública. O Fórum ainda traz as informações que os crimes cresceram mais na região sudeste e que o Distrito Federal (DF) puxa a tenebrosa lista de mulheres assassinadas neste ano.
• Esse número é estarrecedor, pois demonstra como o machismo estrutural se manifesta na sua forma mais violenta possível sobre os corpos das mulheres, tirando suas vidas. É preciso que esses crimes bárbaros sejam combatidos, mas acima de tudo que eles sejam evitados.
Os dados apresentados pelo Fórum, ao nosso ver, revelam que as políticas públicas já existentes de proteção às mulheres em situação de violência precisam de incrementos, uma vez que não se mostram suficientes para resolver um problema de tamanha gravidade na nossa sociedade. O poder público federal, estadual e municipal precisa colocar na sua agenda essa pauta de crimes hediondos que se abate sobre as mulheres. Políticas públicas precisam ser implementadas a curto, médio e longo prazos para solucionar esse problema que há muito deixou de ser uma questão doméstica e cada dia mais se mostra como um problema social.
Consideramos de extrema necessidade e urgência, uma vez que estamos falando de vidas, que sejam revistas as iniciativas de acolhimento e proteção às mulheres que se encontram sofrendo violências, em todo o Brasil. Não podemos viver numa sociedade hostil à nossa liberdade e aos avanços dos direitos das mulheres que tanto incomodam aos machistas, aos sexistas, aos misóginos, que difundem tanto ódio às mulheres. #NemPenseEmMeMatar Levante Feminista Contra o Feminicídio
• É preciso derrubar o PATRIARCADO que tem ceifado a vida de tantas de nós. Precisamos mudar mentalidades, precisamos gritar em alto e bom som que o PATRIARCADO MATA, que o RACISMO MATA, que a TRANSFOBIA MATA, que a LESBOFOBIA MATA. Não podemos silenciar diante de tanta crueldade, ainda mais cientes de que diversas outras formas de violências antecedem o feminicídio, pois esse é o ápice fatal.
O feminicídio é um crime de ódio, mata a mulher, destrói a família, põe em risco a vida de crianças e adolescentes que ficam órfãs e geralmente profundamente impactadas com o ocorrido em suas vidas.
Chamamos a atenção da população brasileira para que no Brasil as mulheres estão sendo exterminadas, violentadas, estupradas todos os dias. Não podemos ficar inertes a uma situação de barbárie como esta que estamos vivenciando.
• Cobramos do poder público que todos os esforços sejam feitos no sentido de evitar que mais vidas de mulheres sejam ceifadas pelo simples fato de serem mulheres.
Vamos ocupar as ruas neste Novembro Negro e na jornada do 25 de novembro pelo Fim da Violência Contra as Mulheres!
Não podemos banalizar! Não podemos naturalizar!
Nem uma de nós a menos!
Quem mata uma mulher mata toda a humanidade!
Levante Feminista Contra o Feminicídio, o Lesbocídio e o Transfeminicídio.
Edição: Marcelo Ferreira