Rio Grande do Sul

FOTORREPORTAGEM

Encontro cultural indígena celebra medicina tradicional Kaingang em Porto Alegre

Em sua oitava edição, 'Encontro dos Kujà' valoriza a saúde, o bem-estar social e a troca de saberes e práticas

Brasil de Fato RS | Porto Alegre |
Aldeia Kaingang “Tupë Pën”, no Morro do Osso, em Porto Alegre, recebeu indígenas de diversos municípios do estado - Foto: Jorge Leão

O 8º Encontro dos Kujà, atividade cultural de medicina tradicional Kaingang, ocorreu entre os  9 e 11 de novembro, na Aldeia Kaingang “Tupë Pën”, no Morro do Osso, em Porto Alegre. Liderado pelo cacique Volmir Vergueiro, contou com a participação de mais de 500 pessoas.

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O encontro ocorre a cada dois anos com o objetivo de revigorar a medicina tradicional indígena e o xamanismo Kaingang. Promove e valoriza a saúde, o bem-estar social e a troca de saberes e práticas tradicionais.


Mais de 500 pessoas participaram do Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão

Além das comunidades indígenas que vivem em Porto Alegre, também estiveram presentes outros grupos Kaingang de diversos municípios do estado. Participaram lideranças político-espirituais, entre xamãs (kujà), rezadores, caciques, lideranças político-cerimoniais, parteiras tradicionais, cozinheiras indígenas, professores bilíngues, agentes indígenas de saúde e dançadores-guerreiros.


Encontro de gerações e troca de saberes / Foto: Jorge Leão

Durante o evento, os kujà/xamã fazem rituais, conversam e orientam lideranças indígenas, batizam crianças, percorrem os campos e matas do Morro do Osso, localizam e identificam espécies de remédios-do-mato. Na perspectiva dos participantes, o Encontro dos Kujà concretiza a vontade de reunir o mundo Kaingang em torno de homens e mulheres reconhecidos enquanto detentores de saberes e práticas que os legitimam como protagonistas de instituições associadas a uma ciência milenar, equivalente ao que se tem denominado “medicina tradicional Kaingang”.

“Este Encontro dos Kujà reforça a importância de nos unirmos e nos articularmos pelos nossos direitos, especialmente de nossas terras, afinal sem a demarcação de nossos espaços tradicionais de vida, não teremos educação indígena de qualidade, não teremos saúde de qualidade, não teremos sequer nossa cultura”, afirma o cacique Volmir Vergueiro.


Cacique Volmir Vergueiro / Foto: Jorge Leão

Por três dias e duas noites, os kaingang conversaram, prepararam remédios com ervas do mato, dançaram e cantaram, comeram alimentos ensinados por seus avós, curaram seus corpos e espíritos, fortaleceram seus vínculos com a terra, a água e a floresta e exercitaram práticas de espiritualidade.


Fortalecimento da cultura Kaingang / Foto: Jorge Leão

O evento contou com o apoio da Prefeitura de Porto Alegre, por meio das secretarias municipais de Saúde (SMS), Desenvolvimento Social (SMDS) e Cultura e Economia Criativa (SMCEC). Na visão de mundo Kaingang, corpo e território, alimento e natureza, estão intimamente relacionados.


Medicina tradicional Kaingang / Foto: Jorge Leão

“Essa relação é base de saúde, e o desequilíbrio é risco de doença. Importante a participação da equipe de saúde municipal no encontro para poder ampliar o seu repertório de cuidados do segmento da saúde não só da aldeia Kaingang do Morro do Osso, mas todos aqueles outros kaingangs das outras aldeias que são atendidas pela equipe”, explica o coordenador da área técnica de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas da SMS, Rodrigo Dornelles.


Indígenas celebram encontro a cada dois anos / Foto: Jorge Leão

A restauração da ordem é chave da cura, promovendo saúde nos territórios onde vivem. “Importante destacar que a aldeia Kaingang do Morro do Osso está fazendo 20 anos da sua existência e os encontros são importantes para fortalecer a sua luta territorial” explica Guilherme Fuhr – que está à frente da Unidade dos Povos Indígenas, Imigrantes, Refugiados e Direitos Difusos (UPIIRDD).


Valorização de expressões artísticas  / Foto: Jorge Leão

A produtora cultural e colaboradora na organização do 8º Encontro dos Kujà, Mari Vieira, ressalta que o evento traz ainda expressões artísticas como o grupo de dança “Tupén Pãn”. Composto por 38 integrantes, o grupo traz em sua essência a luta pela valorização da cultura indígena, com cantos criados para o Morro do Osso. Este movimento artístico é considerado inclusive referência para outras aldeias, inspirando novos grupos de dança.

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8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


8º Encontro dos Kujà / Foto: Jorge Leão


Edição: Marcelo Ferreira