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Mesmo com recuo, Porto Alegre volta a ter a cesta básica mais cara do país entre as capitais

Pesquisa do Dieese aponta que valor na capital gaúcha foi de R$ 739,21; em setembro estava em R$ 741,71

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Custo da cesta básica recua em 12 das 17 capitais que fazem parte da pesquisa - Agência Brasil

A cesta básica de Porto Alegre, mesmo com recuo de 0,34%, em outubro, voltou a ser a mais cara entre as 17 capitais que integram a pesquisa mensal do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos socioeconômicos (Dieese). O custo do conjunto de alimentos foi de R$ 739,21. Em setembro, quando fechou como a segunda mais cara, o valor foi de R$ 741,71. 

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Dos 13 produtos pesquisados, oito registraram queda de preço: o leite (-4,90%), o óleo de soja (-4,52%), o tomate (-2,71%), o feijão (-2,36%), o pão (-2,03%), a carne (-1,46%), o açúcar (-0,84%) e o café (-0,44%). Por outro lado, cinco itens ficaram mais caros: a batata (20,85%), o arroz (3,66%), a banana (3,04%), a manteiga (1,81%) e farinha de trigo (0,15%).

Desde o início do ano, a cesta registrou recuo de 3,45%. Os itens que apresentaram queda foram o óleo de soja (-31,10%), o café (-14,19%), a banana (-12,90%), a farinha de trigo (-12,03%), a batata (-11,35%), o leite (-3,45%), a carne (-3,06%), a manteiga (-2,60%) e o tomate (-2,20%). Em sentido contrário, quatro produtos ficaram mais caros: o arroz (14,47%), o feijão (7,63%), o açúcar (5,79%) e o pão (4,33%).

No acumulado dos últimos 12 meses, a cesta registrou queda de 3,85%. Foram registrados recuos em oito dos 13 produtos da cesta: o óleo de soja (-31,23%), a banana (-21,59%), o café (-15,65%), o leite (-14,18%), a batata (-13,20%), a farinha de trigo (-12,03%), a manteiga (-4,90%) e a carne (-4,73%). Cinco itens registraram alta: o tomate (20,03%), o arroz (17,98%), o feijão (10,78%), o açúcar (5,32%) e o pão (4,73%).


Cesta básica Porto Alegre / Fonte: Dieese

Preços caem em 12 capitais

Em outubro de 2023 o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 12 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento. As quedas mais importantes ocorreram em Natal (-2,82%), Recife (-2,30%) e Brasília (-2,18%). As altas foram registradas em Fortaleza (1,32%), Campo Grande (1,08%), Goiânia (0,81%), São Paulo (0,46%) e Rio de Janeiro (0,17%).

Seguida de Porto Alegre, as cestas mais caras do país foram Florianópolis (R$ 738,77), São Paulo (R$ 738,13) e Rio de Janeiro (R$ 721,17). Nas capitais do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 521,96), João Pessoa (R$ 554,88) e Recife (R$ 557,10).

A comparação dos valores da cesta, entre outubro de 2022 e outubro de 2023, mostrou que 12 capitais tiveram redução do preço médio, com destaque para Brasília (-7,34%), Campo Grande (-6,91%) e Goiânia (-5,88%). Outras cinco cidades tiveram variações positivas: Salvador (0,09%), Aracaju (1,25%), Natal (1,52%), Belém (2,88%) e Fortaleza (4,23%).


Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos / Fonte: Dieese

Salário mínimo ideal é 4,60 vezes o atual

O Dieese estima que o valor do salário mínimo necessário, em outubro, para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.210,11 ou 4,60 vezes o mínimo de R$ 1.320,00. Em setembro, o valor necessário era de R$ 6.389,72 e correspondeu a 4,84 vezes o piso mínimo. . Em setembro, o valor necessário era de R$ 6.280,93 e correspondeu a 4,76 vezes o piso mínimo. Em outubro de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.458,86 ou 5,33 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.212,00

O calculo leva em consideração a cesta mais cara, que neste mês foi a Porto Alegre, a partir de determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

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Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo  piso nacional comprometeu em média, em outubro de 2023, 52,72% do rendimento líquido para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em setembro, 53,09%. Em outubro de 2022, o percentual ficou em 58,78%.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica passou de 108 horas e 02 minutos, em setembro, para 107 horas e 17 minutos, em outubro. Em outubro de 2022, a jornada média foi de 119 horas e 37 minutos.


Edição: Katia Marko