Hora de ir para a rua, mobilizar o mundo, a favor da paz, e de um Estado palestino
O mundo está caminhando para a terceira guerra mundial, que será nuclear. O conflito-guerra entre Rússia e Ucrânia é muito menos perigoso que a guerra entre Hamas e Israel. Basta ver a repercussão no mundo todo, as grandes mobilizações por todos os países e continentes, em especial a favor do povo palestino e de um Estado palestino.
Analistas internacionais, do Financial Times, New York Times, e até da Globo News, entre outros, vêm dizendo que ninguém queria ou imaginava a Primeira Guerra Mundial. Mas o desdobramento dos fatos, os ataques de todos os lados envolvendo diferentes países fizeram que acabasse acontecendo, com todas as suas consequências conhecidas na história.
Agora, em 2023, está acontecendo algo semelhante. Caminha-se para a guerra total, quando os atores em ação não abrem mão de suas posições e não se dispõem a dialogar e negociar. A guerra mundial, infelizmente, está a caminho.
Some-se a todo esse quadro no Oriente Médio e na Europa-Ásia a violência, misturada com o ódio e a intolerância, que se espalham via narcotráfico, milícias, no Brasil, Rio de Janeiro, Bahia, em primeiro lugar, mas em todas as periferias, vilas populares e outros países.
A paz está longe, muito longe. Dói, como dói ver todos os dias as crianças morrendo aos milhares, seja na Palestina, mas também em Israel, ao lado de tantas e tantos inocentes, que nada têm a ver com a guerra em curso! São vidas, são comunidades, são povos inteiros sendo sacrificados. Como pode o ser humano ser incapaz de pensar nas vidas e no futuro, andar com o coração e o espírito construindo o amanhã com fé e esperança!!!???
Por que não ser a favor de um Estado palestino, reclamado há tantos anos, e que até hoje as potências, em especial os EUA, não apoiam e patrocinam? Tivéssemos a soberania palestina sendo reconhecida, assim como foi a israelense, possivelmente, ou certamente, não teríamos os trágicos acontecimentos e mortes de 2023.
Por que não aceitar um cessar fogo, mesmo que temporário, como o Brasil e outros países propuseram no Conselho de Segurança da ONU? Todas e todos sabem que as diferenças naqueles territórios não são de hoje. São de séculos, senão de milênios, inclusive difíceis de entender para quem mora longe do palco da tragédia. Mais razão ainda para que o diálogo aconteça e prevaleça, num mundo e em tempos em que a desigualdade, a prepotência, o domínio colonial têm prevalecido, tornando a vida cada vez mais difícil, às vezes quase impossível.
Disse o Papa Francisco em mais que sábias palavras: “A guerra é sempre uma derrota.” Em Ato no Palácio do Planalto, ao fazer a sanção da Pensão a Órfãos do Feminicídio, Lula falou das milhares de crianças sendo mortas na guerra: “Por favor, parem essa guerra. São crianças que estão morrendo. Crianças que nada têm a ver com a guerra em curso.”
Não é apenas uma derrota para a paz. É uma derrota para a convivência entre irmãs e irmãos, entre seres humanos, e até animais, entre quem, no século XXI, já deveria ter aprendido a dizer Amém, Axé, Awere, Aleluia. E pudessem ficar todas e todos pedindo a bênção de todo mundo, dando-se abraços, em vez de manusear armas, atirar e matar a torto e a direito.
Para onde vamos? Que vai ser do mundo e da humanidade, que atravessam uma crise civilizatória, seja com as guerras, que poderão tornar-se mundiais logo em seguida, seja com as mudanças climáticas que se aceleram Brasil e mundo afora, seja com o ódio, a intolerância, os preconceitos, a ausência de diálogo que se aprofundam, até mesmo nas famílias de cada uma e cada um, nas comunidades antes pacíficas?
Há hoje no mundo só duas lideranças capazes, com sua palavra e respeito geral de, juntos, conduzir e ajudar a produzir o caminho da paz: Lula e o Papa Francisco. Quem sabe, num gesto extremo, entrem num avião, desçam no aeroporto de Tel Aviv, Israel, e no aeroporto de Gaza, ou onde for necessário, e peçam, ao vivo e em cores, calando todos os tiros, que cesse a guerra, cesse a mortandade de crianças e de inocentes, e, feliz e finalmente, haja um novo tempo no mundo: de igualdade, de diálogo, de justiça. E de paz. De PAZ!!!
Hora de ir para a rua, mobilizar o mundo, a favor da paz, e de um Estado palestino.
É pedir muito? É pedir demais? Talvez só gestos extremos sejam capazes de trazer à razão, e garantir o que parece impossível. Agora, mais que nunca, é preciso cantar com León Gieco, como ele fez junto com o Papa Francisco: “SOLO LE PIDO A DIOS. QUE LA GUERRA NO ME SEA INDIFERENTE.”
* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Katia Marko