O PT Porto Alegre irá realizar a sua Conferência Municipal com o objetivo de definir a sua política para as eleições municipais de 2024, neste sábado (28), às 11h30, na FetrafiI-RS (Cel. Fernando Machado, 820).
No encontro, o partido pretende encaminhar a etapa final, a fim de escolher seu nome para ofertar à disputa pela Prefeitura. Os nomes das deputadas Sofia Cavedon (estadual) e Maria do Rosário (federal) estão em debate.
:: Prefeitura de Porto Alegre: direita monta frentão enquanto esquerdas não se definem ::
Ainda, a Conferência apresentará a nova Direção Executiva do partido. A deputada estadual Laura Sito foi escolhida a nova presidenta municipal do PT. O encontro terá a participação de parlamentares federais, estaduais e vereadores de Porto Alegre, incluindo a militância do partido.
Candidatas demarcam suas posições
As possíveis candidatas do partido lançaram documentos com suas posições. Na manhã desta sexta-feira (27), sete dos 11 deputados estaduais lançaram uma moção em defesa da realização de primárias entre representantes de partidos do campo da esquerda para definir qual deles será o candidato à prefeito/a e selar a construção de uma coalizão.
No texto, afirmam que "a construção de uma unidade das forças de esquerda em Porto Alegre é uma condição fundamental para derrotarmos o bloco neoliberal e bolsonarista. Precisamos que ambas
as federações partidárias da esquerda, a nossa composta por PT/PCdoB/PV, assim como a federação PSOL/Rede, estejam unidas e sejam o ponto de partida para uma aliança mais ampla do nosso campo, buscando incluir outros partidos como PDT e PSB, assim como um conjunto de movimentos e lideranças sociais que compartilham o mesmo olhar crítico sobre os rumos da cidade e a necessidade de mudanças."
Confira a íntegra:
Em defesa da realização de primárias da esquerda para definição da candidatura à prefeitura de Porto Alegre
É um imperativo que o conjunto das forças do campo democrático e popular estejam unidas nas próximas eleições municipais em 2024. Precisamos impedir que continue o conjunto de retrocessos promovidos pela gestão do prefeito Sebastião Melo. Nossa cidade, que outrora foi uma referência em qualidade de vida e cidadania, hoje enfrenta um quadro geral de abandono, piora nos serviços públicos e degradação dos espaços urbanos, fruto de quase duas décadas deste mesmo grupo de partidos à frente da prefeitura. Com a vitória de Lula, em nível nacional, abre-se um novo período histórico, uma oportunidade de rompermos com o continuísmo conservador e apresentar uma alternativa para a cidade.
A construção de uma unidade das forças de esquerda em Porto Alegre é uma condição fundamental para derrotarmos o bloco neoliberal e bolsonarista. Precisamos que ambas as federações partidárias da esquerda, a nossa composta por PT/PCdoB/PV, assim como a federação PSOL/Rede, estejam unidas e sejam o ponto de partida para uma aliança mais ampla do nosso campo, buscando incluir outros partidos como PDT e PSB, assim como um conjunto de movimentos e lideranças sociais que compartilham o mesmo olhar crítico sobre os rumos da cidade e a necessidade de mudanças.
Neste sentido, a proposta de realização de primárias da esquerda para a definição da candidatura à prefeitura de Porto Alegre, será um instrumento fundamental para consolidação da unidade da esquerda. Entre os pontos positivos da proposta, ela promoverá maior unidade e nitidez ao processo, envolve as bases partidárias, criaria uma mobilização prévia em torno da candidatura e promoveria um diálogo e uma construção mais próxima entre os partidos. Além disso, seria importante que o processo buscasse integrar pessoas não-filiadas aos partidos, intelectuais, lideranças comunitárias, sindicais, entre outras, pessoas que tem amor por Porto Alegre, querem mudanças e poderiam contribuir com este processo.
Junto com a escolha dos nomes, é importante que povo seja chamado a construção do programa para cidade, que se discutam diretrizes e proposições que tenham a preocupação com as pessoas e não com os negócios.
A conjuntura nos cobra ousadia e capacidade de inovarmos em nossa construção política. O PT, pela sua história na cidade e inserção social, deverá se desafiar a construir o processo de primárias, uma novidade política que deverá consolidar a unidade da esquerda e abrir os caminhos para a nossa vitória em 2024.
Assinaturas:
Luiz Fernando Mainardi - Deputado Estadual e Líder do PT na AL/RS
Jeferson Fernandes - Deputado Estadual Stela Farias - Deputada Estadual
Sofia Cavedon - Deputada Estadual Zé Nunes - Deputado Estadual
Miguel Rossetto - Deputado Estadual Erick Kayser – Secretário-Geral do PT POA
Pepe Vargas - Deputado Estadual Iti Guimarães – Executiva Mun do PT POA
Já a deputada federal Maria do Rosário divulgou uma Carta ao Partido na manhã deste sábado, em que solicita que seu nome não seja submetido a nenhuma espécie de votação interna, "afinal, estou à disposição do Partido para a construção de unidades, mas jamais para disputas internas".
Confira:
Prezada Presidenta do PT de Porto Alegre,
Queridas companheiras e companheiros,
Quando coloquei meu nome a disposição do PT para ser apresentado aos demais partidos do campo popular, como uma das opções para a unidade da esquerda, foi no sentido de colaborar nesta construção.
Sou movida exclusivamente pelo projeto coletivo de transformação da nossa cidade, como fazemos hoje no Brasil.
Porto Alegre precisa mudar para ser a cidade do nosso povo. O projeto que a governa está há 20 anos destruindo qualidade de vida, com más gestões e retirada de conquistas. Porto Alegre deve e pode voltar a ser a capital da democracia, dos sonhos, da esperança e da inversão de prioridades.
Com muita dedicação militante, conquistamos uma histórica e importante vitória, abrindo oportunidades com as eleições do ano passado: o povo da nossa cidade elegeu Lula presidente com quase 54% dos votos.
As eleições do próximo ano exigem nossa firme responsabilidade e a unidade entre todos aqueles que sustentam o projeto de União e reconstrução do Brasil com o Presidente Lula. Portanto, não acho adequado que a decisão partidária seja de maiorias, mesmo que amplas.
A resolução do Diretório Nacional, o qual tenho a honra de integrar, inclusive em sua Comissão Executiva Nacional, determina que as decisões da tática eleitoral nas capitais e cidades com segundo turno sejam acompanhadas pela direção nacional. Há instrumentos que estão sendo utilizados pelo Partido em nível nacional, como pesquisas e principalmente o diálogo permanente para a tomada de decisões.
Dito isso, companheira Presidenta, peço que meu nome não seja submetido a nenhuma espécie de votação interna, afinal, estou à disposição do Partido para a construção de unidades, mas jamais para disputas internas.
Almejo tão somente que o PT tenha o direito de estar presente nas eleições, contribua para unir uma frente de esquerda e possa se propor como os demais partidos do nosso campo o fazem, a ter a candidatura à prefeitura municipal com o número 13.
Temos uma história linda na cidade. E ela é o futuro também.
Grande abraço,
Maria do Rosário
Edição: Katia Marko