Rio Grande do Sul

INFRAESTRUTURA

Deputado Marcon e diretor nacional do DNIT anunciam recursos e agilização de obras na BR 293

Passarela para pedestres já foi liberada, equipe de trabalho ampliada e R$ 4,65 milhões serão liberados

Brasil de Fato | Candiota (RS) |
Diretor do DNIT em Brasília acolheu pleitos de Candiota e Hulha Negra e garantiu agilidade para soluções - Divulação

No início desta semana o Brasil de Fato RS noticiou a situação grave a que estão submetidos os usuários da BR 293, que interliga Pelotas às regiões de Bagé e Santana do Livramento, na altura de Candiota. Depois que a pista da rodovia cedeu no Km151, nas proximidades do Rio Jaguarão, durante as chuvas do dia 23 de setembro, a via foi interrompida e iniciada a construção de um desvio em paralelo.  

:: Ritmo lento das obras emergenciais junto à BR 293 revolta a população local e motoristas ::

Desde lá, motoristas e populações locais passaram a conviver com uma realidade caótica, uma vez que o trajeto alternativo proposto pelas autoridades de trânsito representa um deslocamento que mais do que dobra a quilometragem a ser percorrida. Por conta disso caminhões portando carga pesada vêm utilizando estradas vicinais em meio aos assentamentos de Candiota e Hulha Negra e causando danos severos ao terreno.

As vias urbanas das duas cidades igualmente estão sendo atingidas e danificadas pelo trânsito de veículos pesados. Assentados da reforma agrária também denunciavam a rotina de caminhões atolados ou quebrados, interrompendo estradas importantes que são utilizadas diariamente para escoar a produção do território.

Outro ponto que gerou situação conflituosa foi a interrupção de uma passarela de madeira construída sobre parte da rodovia interditada, que permitia a passagem de pedestres, assim viabilizando aos operários que se deslocam de Bagé para Candiota acessarem seu local de trabalho.

A situação desenhava-se insuportável para os envolvidos e um ambiente de revolta entre a população estava latente. Manifestações públicas já haviam sido realizadas, lideranças apelaram à superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) no estado, porém nenhuma solução concreta se delineava em prazo aceitável para os envolvidos. 

A redação do BdF-RS recebeu uma série de vídeos do dirigente da Via Campesina Frei Sérgio Görgen, que também vive no território da reforma agrária em Hulha Negra. Nas manifestações compartilhadas em suas redes sociais ele denunciava o andamento lento das obras, acusava a superintendência do DNIT no estado de descaso e mostrava imagens comprovando o número reduzido de máquinas e operários.

:: Cheia do rio Uruguai atinge marcas históricas no Noroeste do Rio Grande do Sul ::

Naquela oportunidade contatamos com o responsável no RS, bem como o Ministério dos Transportes, recebendo como retorno apenas a informação de que não havia o que ser feito diferente do que já estava em andamento. Ou seja, a viabilização de um desvio que já estava há 20 dias em construção e que não ficaria pronto em um período inferior a mais 20 dias, ainda tendo de contar com a incerteza das condições meteorológicas como fator determinante.  

Quanto aos danos registrados nas estradas municipais em meio aos assentamentos, o superintendente da autarquia no RS havia afirmado não ser de sua responsabilidade, apesar de declaradamente as prefeituras não terem recursos nem maquinário adequado para sanar os danos causados pelo problema diretamente gerado pela ocorrência registrada na via federal.  


Marcon articulou reunião e garantiu junto a Galvão uma solução condizente com o problema da BR 293 / Divulgação

Denúncia resultou em reunião em Brasília

Dois dias depois da nossa publicação, o deputado federal Dionilso Marcon (PT) entrou em contato com nossa redação e repassou nota informando que havia se reunido em Brasília com o diretor geral do DNIT, Fabrício de Oliveira Galvão, o superintendente do DNIT no RS, Hiratan Pinherio da Silva, e o presidente do Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi.

No encontro o parlamentar intermediou a situação e recebeu garantias do dirigente nacional da autarquia que no dia seguinte a população já teria soluções para seus pleitos. A ampliação das equipes de trabalho e a destinação de mais maquinário para atuar na obra de construção do desvio foi o primeiro compromisso assumido com o parlamentar. A liberação da passarela sobre o trecho danificado da rodovia também seria providenciada. Por fim, o diretor Fabrício Galvão ainda anunciou o repasse de R$ 4,65 milhões ao Incra para ações de recuperação das vias municipais danificadas. 

Marcon agradeceu o pronto atendimento dos pleitos e afirmou que as respostas efetivas garantem o compromisso do governo federal com as demandas da população da campanha. Comprometeu-se ainda a acompanhar de perto a situação e permanecer atento para que os termos acordados com a direção nacional do DNIT sejam cumpridos pela superintendência da autarquia no estado. 

No dia seguinte à reunião, a redação do BdF-RS voltou a contatar com Frei Sérgio e ele se deslocou até o local onde ocorreram os danos na rodovia para verificar se havia diferença no cenário registrado alguns dias antes.

"Já notamos um número maior de operários trabalhando no local, bem como mais maquinário”, contou. A passarela utilizada pelos pedestres também estava com acesso liberado e uma placa que anunciava a interdição da estrutura havia sido retirada do local.

“Temos que agradecer ao deputado Marcon e ao diretor Galvão pela sensibilidade com que compreenderam a demanda das pessoas envolvidas nessa ocorrência, tanto motoristas e demais usuários da BR 293, quanto os assentados da reforma agrária que tiveram suas estradas destruídas pelo trânsito pesado, bem como das prefeituras de Candiota e Hulha Negra que precisam de apoio para conseguir recuperar as vias”, agradeceu. “Vamos permanecer mobilizados, as ações anunciadas dão conta das necessidades emergenciais, mas ainda há a questão da reconstrução do trecho da BR 293 que precisa ser efetivada”, completou. 


Edição: Katia Marko