Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), com apoio de entidades sindicais e movimentos sociais, está convocando para o dia 18 de outubro (quarta-feira), o Ato Pela Paz, "Dar Voz à Palestina". O evento sofreu alteração de local e agora será na sede do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), a partir das 19h.
A vice-presidenta da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Fátima Ali, lembra que a Faixa de Gaza se transformou em um verdadeiro campo de concentração há 17 anos. Tendo suas fronteiras fechadas pelo governo de Israel que controla até mesmo o fornecimento de água potável e luz. Segundo ela, "a ação do grupo Hamas do último dia 7 foi uma operação de autodefesa, conforme garantido aos povos em condição de ocupação e colonização pela Resolução 37/43, da ONU, de 1982".
O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, por sua vez, afirmou ao Brasil de Fato RS que "a Faixa de Gaza está vivendo uma situação comparável a uma catástrofe natural. Corpos de mulheres, crianças e idosos estão soterrados. Estão com entradas e saídas fechadas, falta de luz, de água, de alimentos e medicamentos. Os hospitais se transformaram em verdadeiros cemitérios. Realmente a situação está drástica. E os bombardeios não param com todas as bombas e armamentos de última geração fornecidos pelos Estados Unidos".
Card do evento / Divulgação
Segundo ele, a posição do governo brasileiro é justa. "Sempre respeitamos a posição do Brasil. É um país amigo que observa e cuida do direito internacional humanitário e ainda mais agora quando preside o Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão responsável pela paz mundial. Compartilhamos com a última posição do presidente Lula que exige o fim deste conflito para salvaguardar as vidas humanas."
Uma guerra implacável
Nove funcionários da Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) palestinos foram mortos desde o início do ataque israelense contra a Faixa de Gaza, no sábado (7). Segundo a diretora de comunicações da agência, Juliette Touma, em entrevista à Associated Press, no momento dos ataques, os profissionais estavam em suas respectivas casas, espalhadas por todo o território de Gaza.
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Até o momento, mais de 4 mil pessoas morreram em dez dias de confronto. "A proteção dos civis é fundamental, inclusive em tempos de conflito [...]. Eles deveriam ser protegidos de acordo com as leis da guerra", falou Touma.
A diretora também afirmou que 18 escolas da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) foram destruídas durante os bombardeios israelenses.
Crimes de guerra
Mais cedo, a Comissão de Inquérito sobre o Território Palestino Ocupado, da ONU, informou que existem “claras evidências” de que o governo da extrema direita de Benjamin Netanyahu está cometendo crimes de guerra.
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A comitiva declarou que está "seriamente preocupada com o mais recente ataque de Israel a Gaza" e com o “cerco total" a Gaza, que envolve bloqueio a água, alimentos, eletricidade, combustível e medicamentos. Para a ONU, “sem dúvida, custará vidas civis e constituirá um castigo coletivo".
"A Comissão insta as forças de segurança israelitas e os grupos armados palestinianos a respeitarem estritamente o direito internacional humanitário e o direito internacional dos direitos humanos", diz a nota das Nações Unidas.
Edição: Marcelo Ferreira