Rio Grande do Sul

INUNDAÇÃO

Porto Alegre inicia fechamento das comportas de contenção de enchentes do Guaíba

Nível do lago no Cais Mauá chegou a 24 cm da cota de inundação; semana traz mais chuvas e novo ciclone extratropical

Brasil de Fato RS | Porto Alegre |
Chuvas aliadas a ventos elevam o nível do Guaíba no Cais Mauá, região central da capital gaúcha - Foto: Pedro Piegas/PMPA

A Prefeitura de Porto Alegre determinou o fechamento preventivo das comportas de contenção de enchentes do Guaíba. A medida, conforme explicou o prefeito Sebastião Melo (MDB) em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (25), é para evitar que a área central alague caso o nível do lago chegue aos 3 metros. A previsão para o estado é de uma semana com mais chuvas e a formação de um ciclone extratropical.

:: Um novo modelo de urbanização para prevenir desastres ‘naturais’ ::

Na manhã, o nível do Guaíba na região do Cais Mauá chegou à marca de 2,76 metros, apenas 24 centímetros para atingir a cota de inundação. A última vez que o sistema de comportas precisou ser utilizado foi um 2015, quando Porto Alegre enfrentou a segunda maior cheia desde a grande enchente de 1941 e as águas atingiram a marca de 2,97 metros.

Conforme o Executivo, serão fechados oito dos 14 portões do sistema. Outros seis que já são fechados permanentemente serão reforçados com 2 mil sacos de areia. A equipe do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) iniciou a operação às 14h pelo portão 3, localizado em frente ao Tribunal de Contas (TCE-RS).


Sistema de Proteção Contra Cheias começou a ser acionado nesta segunda-feira (25) / Foto: Pedro Piegas/PMPA

Segundo Melo, a ação é preventiva. “Estamos agindo com mitigação de danos e alinhados com o estado e demais órgãos parceiros diante da previsão do tempo e alertas que temos recebido. Todas nossas equipes de ponta estão reforçadas e mobilizadas para atender a população e possíveis ocorrências”, disse.

A decisão foi tomada por conta dos alertas de temporais nos próximos dias, com previsão de até 100 milímetros na terça-feira (26). Além disso, na quarta-feira (27), o vento sul deve atuar em direção à Capital, represando a água e evitando o escoamento para a Lagoa dos Patos. Conforme previsões da MetSul Metereologia, as prováveis chuvas torrenciais de terça somam-se a um aumento de curto prazo da vazão dos rios que desaguam no Guaíba.

 

 

Em outros pontos da capital gaúcha, o Guaíba já registra alagamentos. No bairro Arquipélago, as ilhas da cidade, onde nesta manhã as águas estavam na marca de 2,46 metros, apenas 26 centímetros abaixo da cota de alagamento, há dezenas de desabrigados. Na zona Sul, devido às águas, a avenida Guaíba, esquina com avenida Guarujá, está bloqueada. Em alguns pontos da área central e de bairros próximos, há refluxo de água pela rede pluvial.

:: Região das ilhas de Porto Alegre segue com pontos de alagamento; veja fotos ::

Conforme destaca a MetSul, o trabalho de previsão de nível do Guaíba está muito dificultado pela escassez de dados. A régua de medição do governo do estado no rio Jacuí, em Triunfo, está há dias fora do ar. Já as réguas em vários pontos do rio Taquari, o segundo principal contribuinte do Guaíba, foram destruídas pela cheia catastrófica do começo do mês.

Semana terá mais chuvas e novo ciclone

Após um final de semana chuvoso no estado, com tempestades de granizo na região Sul, a segunda foi de temporais com ventos que trouxeram danos a municípios do Centro e da Metade Norte gaúcha. Mantém-se o alerta de temporais.

A MetSul prevê que o pior da instabilidade nesta terça se dará mais no Oeste, Centro, Sul e o Leste gaúcho com chuva muito forte, capaz de gerar alagamentos e inundações. Haverá pontos que em menos de três horas a chuva pode exceder 50 mm e várias cidades devem ter só volumes perto ou acima de 100 mm com 100 mm a 150 mm em alguns locais.

Há também alerta para o perigo de tempestades fortes a severas nesta terça no Rio Grande do Sul e no Sul e Leste de Santa Catarina com o aprofundamento da baixa pressão que dará origem a um ciclone posteriormente no oceano na quarta. O ciclone deve gerar vento forte com rajadas que vão passar dos 80 km/h em diferentes locais.


Edição: Marcelo Ferreira