Depois da tragédia no Vale do Taquari na semana passada, são os rios da Metade Sul do estado que preocupam no Rio Grande do Sul em novo evento de cheias. Além do Sul, alagamentos estão ocorrendo em cidades do Centro e da Grande Porto Alegre, com muitos pontos com água acumulada.
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O pior é que a previsão do tempo não é animadora: deve continuar chovendo e um novo ciclone extratropical deve se formar no litoral gaúcho nesta quinta-feira.
É o que antecipa para as três regiões a plataforma Metsul. Segundo sua previsão, a persistência da chuva deve agravar o problema dos alagamentos e das inundações.
Ponte encoberta
Nesta quarta-feira, o rio Piratini estava oito metros acima do seu nível normal, ameaçando as cidades de Cerrito e Pedro Osório, ambas no Sul. Nas últimas 48 horas, os municípios da Metade Sul em que mais choveu foram Santa Maria, Rosário do Sul, Encruzilhada do Sul, Caçapava do Sul, São Lourenço do Sul e Alegrete. Havia alerta para inundação nos arroios São Lourenço e Caraá na mesma região, segundo avaliação da Defesa Civil/RS.
Ainda no Sul, uma ponte foi encoberta pelas águas em Canguçu, enquanto em Rio Grande, distante 300 km da capital, o arroio das Cabeças, na vila da Quinta, levou 89 pessoas a saírem de suas casas. Em Jaguarão, na divisa com o Uruguai, 40 pessoas foram afetadas pelo aumento do nível do rio Jaguarão.
Cheia chegou a cortar ligação com o Sul do estado
Duas rodovias federais chegaram a ter as pistas cobertas e o trânsito bloqueado durante a manhã desta quarta-feira. No meio da tarde, a BR-116 foi liberada.
Em Camaquã, a água deixou submerso um trecho da estrada que liga Porto Alegre às duas maiores cidades da Metade Sul, Pelotas e Rio Grande. Todas as viagens de ônibus foram suspensas e retomadas somente à tarde.
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O bloqueio aconteceu devido ao rompimento de um açude ao lado da rodovia. Na hora do acidente, um carro da Polícia Rodoviária Federal, que monitorava a situação, foi arrastado pela torrente levando um policial que foi resgatado após subir no capô do veículo. Seis rodovias estaduais, situadas em diferentes pontos do mapa gaúcho, estavam bloqueadas totalmente.
Centro e Grande Porto Alegre também afetados
Em Alegrete, também ao Sul, mas já na região da Campanha, a Defesa Civil advertia para a elevação do nível do rio Ibirapuitã. Outras cidades, casos de Uruguaiana e São Borja, estavam em alerta por conta do crescimento das águas do rio Uruguai, o maior do estado, que estabelece a fronteira entre o Brasil e a Argentina.
No Centro, a BR-290, teve o tráfego interrompido na ponte sobre o arroio Bossoroca, no município de Vila Nova do Sul.
Na área metropolitana, as águas dos rios estavam subindo, com destaque para o Guaíba e o Gravataí.
Em Porto Alegre, havia enchente nas ilhas que compõem o Delta do Jacuí, fronteiro à Capital. Ruas e avenidas estavam alagadas no Sul e no Norte da cidade. O prefeito Sebastião Melo (MDB) está pedindo aos moradores das áreas de risco para que deixem suas moradias e procurem um dos três centros de acolhimento oferecidos pela prefeitura.
Também era problemático o quadro em Canoas, Alvorada, Viamão e Guaíba. De acordo com a Metsul, a chuva acumulada em 24 horas na zona Norte da Capital até o meio-dia passava de 80 mm, ao passo que, em Viamão, atingia 105 mm e em Canoas, 94 mm.
Edição: Katia Marko