A agroecologia gaúcha também ganhou destaque na Expointer, finalizada no dia 3 de setembro com recordes de visitação e comercialização de animais e de produtos da agricultura familiar. Em funcionamento desde 2006, a Comissão de Produção Orgânica (CPORG/RS), composta por organizações da sociedade civil e do governo, entregou um documento para o ministro Carlos Fávaro (MAPA) contendo demandas para este setor.
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O momento, segundo consta na carta, é estratégico. O governo federal pretende fortalecer o setor de produção orgânica e de base agroecológica com a retomada de políticas nacionais, reinstalação de comissão e da Câmara Interministerial, ações que integram a implementação do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica 2024-2027. A ambição do governo é grande: alimentar o Brasil com produtos de qualidade, saudável, mas também ambientalmente sustentável.
A intenção é fortalecer a pauta da produção orgânica e agroecológica, tratando-a como prioritária. Isso inclui ampliar o quadro de servidores, fomentar a construção de políticas públicas que favoreçam o crescimento do setor, capacitação de técnicos, elaboração de material didático, realização de campanhas educacionais e atualização de normas e regulamentações.
“O MAPA precisa tratar a produção orgânica e agroecológica com a devida prioridade e respeito que ela merece. Precisamos avançar no orçamento e incentivo via programas e políticas públicas para fortalecer esse processo coletivo, que vem fazendo a diferença em muitas regiões e em comunidades gaúchas”, afirma Adair Pozzebon, coordenador da CPOrg/RS.
A intenção do governo federal é fortalecer a pauta da produção orgânica e agroecológica, tratando-a como prioritária / Divulgação CPORG/RS
As Comissões da Produção Orgânica dos estados da Federação, por meio das suas organizações e participação ativa em reuniões ordinárias, grupos de trabalhos e atividades relacionadas, têm levantado temas prioritários para o setor. Isto inclui programas de fomento, apoio e créditos específicos. Além de assistência técnica e social especializada e política de extensão rural.
E, ainda, contribuição de projetos de pesquisas embasados nos princípios e valores da agroecologia, conduzidos de forma articulada e participativa pelos organismos de pesquisa e as universidades, junto às organizações de produtores orgânicos.
A lista inclui ainda condições de produção e saúde das diversas famílias agricultoras, criadoras e extrativistas do país; acesso a laboratórios e recursos para garantir análises de resíduos de todos os princípios ativos de agrotóxicos, a fim de permitir o monitoramento das derivas.
A Expointer contou com a presença ativa de agricultores por meio de relatos na Arena MAPA, no Pavilhão Internacional / Divulgação CPORG/RS
Atividades em várias cidades
O documento também faz menção na ajuda financeira envolvendo eventos e publicações na ocasião da Semana da Alimentação Orgânica que acontece todo o ano (na última semana de maio e em outubro), feiras de comercialização, de sementes e encontros regionais.
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Isto sem falar na Expointer, que, por sinal, neste ano, contou com a presença ativa de agricultores por meio de relatos na Arena MAPA, no Pavilhão Internacional. Os temas turismo e sustentabilidade, tecnologia, arroz orgânico, queijos e a presença do jovem no campo foram alguns dos assuntos abordados, com experiências desenvolvidas em todo o estado, tais como Pareci Novo, Antônio Prado, Guaíba e Garibaldi.
O estado tem 3.615 unidades de produção orgânica certificada, segundo o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos de julho. Esse número corresponde a cerca de 15% das 24.569 unidades nacionais.
Edição: Katia Marko