Rio Grande do Sul

Mobilização

Mulheres gaúchas embarcam rumo à 7ª Marcha das Margaridas

Marcha inicia nesta terça-feira (15) com a expectativa de reunir cerca de 100 mil participantes em Brasília

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Com 800 integrantes credenciadas, delegação gaúcha é histórica em uma marcha com muitos significados - Foto: Divulgação

Trabalhadoras do campo e da cidade do Rio Grande do Sul embarcaram neste final de semana rumo à 7ª Marcha das Margaridas, que ocorre terça e quarta-feira, 15 e 16 de agosto, em Brasília, com a expectativa de reunir cerca de 100 mil participantes de todo o país. A marcha é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com o apoio de várias entidades sindicais, como a CUT, e movimentos sociais. 

"A Marcha das Margaridas é um grande movimento feminista de formação e organização das mulheres, na luta pelo bem viver”, afirma a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RS, Mara Weber. Segundo ela, a delegação gaúcha é histórica, com 800 integrantes credenciadas, numa edição com muitos significados. "As mulheres foram decisivas na defesa da democracia e na derrota eleitoral do bolsofascismo. Será também a primeira grande manifestação democrático popular desde a posse de Lula e da tentativa de golpe de bolsonaristas", afirma.

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A dirigente recorda que a mobilização iniciou em 2000, em tributo à luta de Margarida Alves, paraibana, sindicalista e defensora dos direitos humanos assassinada em 12 de agosto de 1983, em frente à casa onde morava, em Alagoa Grande, na Paraíba. “No início era um movimento das mulheres rurais, mas em 2007 passou a integrar mulheres do campo, cidade, águas e floresta e ampliando suas pautas na defesa da democracia, do meio ambiente e de direitos sociais, sem abrir mão da sua pauta principal, que era o combate à fome, à pobreza e à violência sexista”, expõe.

Conforme frisa Mara, a pauta feminista foi tendo cada vez mais importância no decorrer dos anos. “Em 2015 a Marcha teve como ponto central de sua pauta a defesa da presidenta Dilma e a resistência ao golpe que, além das questões geopolíticas e econômicas, teve a marca da misoginia”, afirma a dirigente. 

Sobre a 7ª Marcha das Margaridas

Este ano, o tema é “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”. A expectativa é de que a manifestação reúna mais de 100 mil mulheres na capital federal. A pauta das Margaridas é composta de 13 eixos:

- Democracia e participação popular;

- Poder e participação política das mulheres;

- Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;

- Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;

- Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;

- Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;

- Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios;

- Direito de acesso  e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;

- Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;

- Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;

- Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;

- Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;

- Universalização do acesso à internet e inclusão digital.

As reivindicações construídas a partir desses eixos, que compõem a Pauta das Margaridas de 2023, já foi entregue em cerimônia realizada em 21 de junho para as mãos da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Ela declarou que seria distribuída aos ministérios correspondentes e ao presidente Lula, que deve fazer a devolutiva no encerramento da marcha.

Na entrega da pauta, a coordenadora da Marcha, Mazé Morais, afirmou que as pautas apresentadas pelas Margaridas não dizem respeito a apenas um ministério, mas a todo o governo. Ela mencionou os novos tempos com que são recebidas no Palácio do Planalto, depois de vários anos de retrocessos em todas as áreas.    

*Com informações da CUT-RS.


Edição: Marcelo Ferreira