Rio Grande do Sul

ENTREVISTA

'Aqui não tem a porta do privilégio', diz o presidente do Grupo Hospitalar Conceição

Gilberto Barichello explica que hospitais do GHC são os que acolhem 'os sem emprego, sem salário, sem plano de saúde'

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Gilberto Barichello, anuncia que o GHC ganhará um dos maiores centros diagnósticos do Brasil - Foto: Katia Marko

Economista e advogado, mas também sanitarista e pós-graduado em Administração hospitalar, Gilberto Barichello comanda a maior rede pública de hospitais do Sul do país, com atendimento 100% SUS, que completou 63 anos fundação, na quarta-feira, dia 26 de julho.

É o novo diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), gerenciando os hospitais Conceição, Criança Conceição, Cristo Redentor e Fêmina, sem contar a UPA Moacyr Scliar, 12 postos de saúde, três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e a Escola GHC. Na soma são 1.391 leitos e quase dez mil funcionários. Também atua no ensino e pesquisa.

Entre elas, participa de estudo de novo tratamento para a covid-19, em andamento no Serviço de Infectologia do Hospital Conceição, por meio do Instituto de Pesquisas do Rio Grande do Sul (Ipargs). O chamado Scorpio-HR é um estudo clínico que analisa se um medicamento experimental para a covid-19 pode ajudar a resolver os sintomas da doença mais rapidamente em pessoas que testaram positivo.

Nesta entrevista, Barichello explica a decisão do grupo de comprar alimentos da agricultura familiar – “mais saudáveis” –, critica a devastação na saúde promovida pelas gestões Temer e Bolsonaro, ataca as “privatizações indiretas” na sua área, adianta que o GHC ganhará um dos maiores centros diagnósticos do Brasil e continuará atendendo apenas pelo Sistema Único de Saúde, onde quem chega é atendido “independentemente do tamanho do contracheque”.

Abaixo a entrevista completa: 

Brasil de Fato RS - O GHC realizou o Seminário de Aproximação entre profissionais dos serviços de Nutrição e Dietética com produtores da agricultura familiar, com o objetivo de proporcionar um diálogo sobre produção e consumo de alimentos saudáveis para atender a demanda de refeições oferecidas pelo Grupo. Como vai ser esse processo? 

Gilberto Barichello - É um programa que, na verdade, estamos reinstalando. É o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), lançado novamente pelo governo Lula e que já existia nos governos Lula e Dilma. Nós já operávamos na época com esse programa que é de aquisição de alimentos dos pequenos agricultores, dos indígenas, dos quilombolas, dos nossos assentados. 

Temos mais de 180 produtos que podemos adquirir dos pequenos agricultores


"O Ministério da Saúde está relançando a política de incentivo a quem é 100% SUS nos hospitais" / Foto: Denise Mantovani

BdF RS - Ele foi implementado quando eras o diretor administrativo e financeiro…

Barichello - Depois que houve o golpe (de 2016), desativaram esse programa e começaram a comprar dos grandes grupos econômicos. É uma política que dialoga com uma política de fomento e de emprego para os agricultores familiares. Também dialoga com produtos e alimentos saudáveis. Sabemos que geralmente os pequenos agricultores ainda tem uma tecnologia que trabalha na produção de alimentos sustentáveis, sem agrotóxicos e agroecológicos.

Somos grandes consumidores desses produtos. São mais de 100 mil refeições por mês, tanto para funcionários, quanto para pacientes internados ou familiares que também se alimentam aqui. E temos mais de 180 itens de alimentos, produtos que podemos adquirir dos pequenos agricultores em regime de produção familiar. Essa é a lógica do programa que também dialoga com a sustentabilidade do campo, ajudando a fixar filhos de pequenos agricultores na sua propriedade. Acho que tem ali uma visão também de política agrícola. Sabemos que 70% da alimentação produzida no Brasil é proveniente da pequena propriedade, diferente do agronegócio que produz grãos para exportações.  

BdF RS - Haverá prioridade para produtos orgânicos? 

Barichello - A prioridade são produtos também orgânicos, mas não perecíveis porque temos dificuldade de armazenamento. Cooperativas também, muitas vezes, não têm ainda capacidade de fazer entregas diárias. Por isso se fez o seminário. Na semana que vem funcionários (do Grupo Hospitalar Conceição) visitarão a Central das Cooperativas aqui em Porto Alegre, para construir o que é possível fazer de acordo com as capacidades instaladas da central e a nossa capacidade instalada.

Em cima dessa avaliação vamos tomar a decisão de quais produtos vamos adquirir. Obviamente, quando se adquire o produto tem que ter uma regularidade de entrega para não haver desabastecimento. Estamos nessa fase. Em cima dos 180 produtos que o GHC pode adquirir temos que ver a capacidade e a possibilidade que a central tem de entregá-los com regularidade. 

Antes do terceiro governo Lula, só se comprava dos grandes. Vamos fazer o contrário

BdF RS - Estamos vivendo um processo de disputa ideológica muito forte no país. Temos a CPI contra o MST, com a extrema direita atacando o movimento e suas cooperativas. Vocês têm preocupação com isso? 

Barichello - Estamos cientes dessa disputa. Mas temos um presidente chamado Lula que lançou um Plano Safra que contempla as duas grandes partes da produção brasileira que é o agronegócio - um plano safra recorde de recursos para o agronegócio - e um plano safra que contempla a agricultura familiar, de recursos também nos montantes de recorde. Portanto, é um governo que tem que dialogar tanto com o agronegócio como com a pequena agricultura.

No GHC, estamos priorizando a compra de alimentos via agricultura familiar porque queremos dialogar com o resgate da produção agrícola saudável. Não estamos dialogando com a oposição do agronegócio, muito pelo contrário. Estamos dando a oportunidade para quem não teve oportunidade de vender seus produtos sem intermediários, o que dá mais ganho para quem compra e mais ganho para quem vende. E o agronegócio estava olhando para a questão mais das commodities, da produção de grandes volumes para o mercado externo. 

Somos conscientes de que nós, enquanto organização pública, estamos fazendo o nosso papel para fortalecer a pequena agricultura. Estamos dialogando com um governo que dialoga com os dois lados e, aqui, achamos que temos que dialogar com o lado que, até agora, não tinha oportunidade de vender para o GHC. Quem nos grandes grupos econômicos quiser vender alimentos para nós terão seu espaço porque a agricultura familiar não vai conseguir abastecer todas as necessidades do Grupo. Porém, antes do terceiro governo Lula, só se comprava dos grandes conglomerados econômicos. Vamos fazer o contrário. Continuaremos a comprar aqui, mas vamos possibilitar e comprar tudo que é possível da pequena agricultura. Esta simbiose entre o pequeno e o grande aqui no GHC existe. O que não existia é a compra dos pequenos. 

Estudos demonstram que o uso abusivo de agrotóxicos tem a ver com o câncer

BdF RS - No debate da soberania alimentar está muito presente a questão da alimentação saudável e a relação da alimentação com a saúde. Muitas vezes não se faz esse debate e a saúde é mais vista a partir da doença do que da sua prevenção. Então, na medida que trazes alimentos saudáveis, orgânicos, também estás ajudando na cura?

Barichello - O que vimos nos últimos seis anos foi a relação estreita dos governos Temer e Bolsonaro com o agronegócio. O grande símbolo disso foi a desregulamentação dos agrotóxicos. Mais de 400 agrotóxicos foram incorporados ao mercado brasileiro, muitos proibidos na Europa. Significa produzir alimentos não-saudáveis e esse é o símbolo dos governos Temer e Bolsonaro. Tanto que o governo Lula está fazendo diferente ao regulamentar de novo o que pode ser vendido de agrotóxicos. 

Sabemos que a pequena agricultura ainda tem o símbolo de produção de alimentos saudáveis. É disso que estamos falando. Sabemos que a saúde do povo brasileiro começa pela boca. Consumir um produto agroecológico ou consumir um produto produzido através de químicos é completamente diferente do ponto de vista do impacto na saúde. Não sou eu que estou falando. É a ciência que fala. Há estudos que demonstram que o uso abusivo de agrotóxicos tem a ver com o câncer, que hoje é uma epidemia no Rio Grande do Sul.

E tem mais um elemento que é importante trazer: a desregulamentação do Bolsa Família nos últimos governos e o empobrecimento das pessoas, a volta da fome que jogou 115 milhões de brasileiros na insegurança alimentar e nutricional. Então, o PAA é uma das políticas para voltar a ter sustentabilidade do ponto de vista da segurança alimentar. É um pilar. E veja que a fome, a pobreza, fez crescer a mortalidade infantil e mortalidade materna. O PAA é uma das políticas que vem de novo enfrentar a fome, de novo enfrentar a insegurança alimentar. Tem a ver com essas políticas de redução de índice de mortalidade.


O Centro de Apoio ao Diagnóstico e Terapia será um dos maiores do país / Foto: Reprodução

BdF RS - O GHC participou com cinco propostas do processo do PPA Participativo. Duas indicadas pelo governo federal ficaram em segundo e terceiro lugares e as outras três (indicadas pelo GHC) ficaram entre as 15 mais votadas do país dentro da área da saúde. Do que tratam essas propostas e qual a importância de estarem no PPA?

Barichello - Desenvolvemos três projetos, dos cinco que falas, dois programas foram colocados pelo ministério no PPA, que é Atenção Primária à Saúde e Atenção Especializada à Saúde. Dos 1381 projetos de saúde em todo o Brasil, a Atenção Primária ficou em segundo lugar e a Atenção Especializada em terceiro.

No caso dos três específicos do GHC, um é o do Centro de Apoio ao Diagnóstico e Terapia. É um projeto que tem na sua dimensão física um prédio de nove andares aqui no complexo do Hospital Conceição. Vai reunir todas as tecnologias para fazer diagnósticos, seja de exames laboratoriais, de exames de imagem, etc. Hoje o nosso diagnóstico está espalhado por vários setores dentro do hospital. Queremos reunir num prédio único porque otimiza e nos dá capacidade de produzir 700 mil exames a mais por ano. E, como será num lugar só, deixam de circular por dia 700 pessoas dentro do hospital. Muita gente faz um exame num lugar, aí tem que ir para outro andar. Gera cruzamento de fluxo, traz mais infecção. 

As pessoas que vêm de fora têm contato com pessoas doentes, ou passam num corredor, ou isso ou aquilo. Como vai ser num local só, elas não precisam mais circular dentro do hospital. Além disso, para mais de 700 exames, vai reduzir o tempo de espera do resultado. Será um prédio moderno, semi-automatizado, com tecnologias novas, com ambientes adequados para fazer o exame com mais rapidez. Será um salto de qualidade.
     
Vai ser um dos maiores centros de diagnóstico do país. Este (projeto) ficou em 12º lugar entre os 1381 projetos da área de saúde. Fomos bem. 

Vamos aumentar em 50% a nossa capacidade cirúrgica para diminuir as listas de espera


"O ministério lançou o Programa Nacional de Redução de Filas Cirúrgicas. Tem fila cirúrgica que, com a pandemia, parou. É preciso recuperar, as pessoas estão morrendo" / Foto: Katia Marko

Outro (projeto) é construir o Centro de Atendimento do Paciente Crítico e Cirúrgico, que significa mais leitos de UTI, mais leitos de SR, ampliar 11 salas cirúrgicas, permitindo mais 14 mil internações/ano. Fizemos, em média, 32 mil cirurgias ao ano. Vamos aumentar em 50% a nossa capacidade cirúrgica. Com isso poderemos diminuir as listas de espera de cirurgias eletivas, além de (possibilitar) mais 15 mil novas internações/ano. Hoje, são 60 mil internações/ano. 

O impacto desses dois grandes projetos será enorme do ponto de vista de mais acesso, que significa mais quantidade e qualidade de atendimento. Quanta gente está na fila de cirurgia durante seis meses, um ano ou dois? Estes centros vão aumentar a nossa capacidade de resposta e 100% pelo SUS. É uma marca que criamos lá no (anterior) governo Lula, onde aqui tinha leitos privados e atendimento de planos privados. A gente transformou num hospital sem plano privado. É um desafio do qual não vamos abrir mão porque deu certo. Aqui não tem a porta do privilégio. É uma porta aberta 24 horas para a população. 

O que a gente viu no governo Bolsonaro foi a criminalização do serviço público

BdF RS - Queria entrar justamente nessa questão: a importância do GHC se manter 100% SUS, quando vimos nos anos de Bolsonaro a tentativa de privatização da saúde e de vários mecanismos introduzidos que, de alguma forma, trazem essa privatização por dentro do sistema. 

Barichello - O que a gente viu no governo Bolsonaro foi a criminalização das organizações públicas, do serviço público e do servidor público. Não é feito de graça. É feito porque dialoga com a agenda da privatização e terceirização da área de saúde. Quando se desvaloriza as organizações públicas e o serviço público é para dar um viés de que nada funciona e, portanto, é melhor terceirizar e privatizar, porque o mercado é mais competente. Isso é mentira. Tanto é que a crise (internacional de 2008) lá no governo Lula foi do sistema bancário americano, que era privado. Depois, esse mesmo sistema bancário foi pedir dinheiro público para se salvar. 

43% das sessões de quimioterapia e 32% das internações de Porto Alegre somos nós que fazemos


"O Rio Grande do Sul está recebendo R$ 160 milhões por ano a mais para a reorganização da oncologia" / Foto: Katia Marko

Demonstramos que o GHC é muito eficiente sendo público. Vamos pegar alguns indicadores para dar a dimensão da representatividade do GHC no SUS: 43% das sessões de quimioterapia de Porto Alegre somos nós que fazemos; 32% das internações somos nós que fazemos e aí vai afora. Mas para quem fazemos? Geralmente quem frequenta nossas quatro emergências, que estão sempre lotadas, e nossa UPA, diria que é aquela população conhecida como ´Sem`: o sem emprego, o sem acesso à saúde, o sem plano, o sem salário, o com fome, o sem moradia… e o que acontece?

Essa população encontra no GHC uma porta aberta, porque é a marca do SUS. Quem chega é atendido, independentemente do tamanho do contracheque, da influência que a pessoa tem na sociedade. Quando você transforma um hospital em 100% SUS, todo mundo sabe que lá vai ser atendido. Pode demorar uma, duas ou três horas, mas nos outros hospitais privados filantrópicos demora muito mais e, às vezes, a pessoa ou o plano de saúde tem que pagar.

Por que as nossas emergências estão sempre superlotadas? Porque tem essa característica: não há restrição de acesso no GHC. Olha para o estado ou o Brasil e, muitas vezes, hospitais que não são 100% SUS vão privilegiar a porta que dá mais renda. Esse mesmo hospital comprou tomógrafo com dinheiro público e vais ver aquele tomógrafo atendendo mais plano privado do que o usuário do SUS. É o que chamo de privatização indireta do Sistema Único de Saúde. Isso o Estado brasileiro, seja a União, sejam os estados e municípios, tem que regulamentar. 

Todos os municípios estão aderindo ao Mais Médicos


"O que a gente viu no governo Bolsonaro foi a criminalização das organizações públicas, do serviço público e do servidor público" / Foto: Katia Marko

Não é possível comprar um tomógrafo, uma ressonância, fazer um prédio com dinheiro público, com emenda parlamentar ou com dinheiro do Estado, do fundo estadual de saúde, do fundo nacional, do fundo municipal, e quando vais oferecer essas tecnologias elas (vão) atender mais plano privado do que o SUS. Além da privatização e terceirização diretas da saúde, há um mundo ou um submundo que a gente nunca calcula.

O Ministério da Saúde está relançando a política de incentivo a quem é 100% SUS nos hospitais. Sabe que o 100% SUS vai aumentar o acesso à saúde. Por que o governo lança o Mais Médicos? Porque percebeu que a destruição desse programa largou ao léu milhões de brasileiros. Todos os municípios estão aderindo ao Mais Médicos. Aqui no estado, a primeira etapa está colocando 900 médicos e nenhum município disse não. Os que conseguiram pedir pediram e estão recebendo. Porque o prefeito, independentemente do partido, sabe que é preciso ter médico para aquela população. Nem quer saber se vem do Mais Médicos, se vem de concurso. Ele precisa do médico e está dando graças a Deus porque o ministério está bancando e voltou a ser corresponsável pela atenção primária e pela equipe de saúde da família.

O Rio Grande do Sul está recebendo R$ 160 milhões por ano a mais para a reorganização da oncologia

O ministério lançou o Programa Nacional de Redução de Filas Cirúrgicas. Tem fila cirúrgica que, com a pandemia, parou. É preciso recuperar, as pessoas estão morrendo. Então, o governo lançou o Mais Médicos, o Brasil Sorridente, a Farmácia Popular e passou a ser corresponsável no financiamento dos estados e municípios. Exemplo: o Rio Grande do Sul está recebendo no seu teto R$ 160 milhões por ano a mais para toda a reorganização da oncologia, de aumento de serviço, de radioterapia, de quimioterapia, de atendimento oncológico. 

Fazia seis anos que o ministério deixara de aumentar os tetos de serviços de saúde para os estados. Lançou e é o governo do Eduardo Leite. Por quê? Porque essa é a responsabilidade do ministério. Voltou a coordenar o sistema de saúde que o Bolsonaro abandonou, a relação inter federativa com os estados e municípios. Retomou a coordenação do Sistema Nacional de Saúde.

Para o Programa Nacional de Redução de Filas já veio a primeira parcela de R$ 32 milhões para o estado. O ministério credenciou 9,5 mil equipes de saúde da família. Tudo que estava represado nos últimos anos do governo Bolsonaro.

São equipes que os estados têm que contratar, que é um médico, um enfermeiro, um técnico e dois agentes de saúde comunitária. 

BdF RS - Na pandemia ficou muito claro que, se não existisse o SUS a gente teria tido muito mais mortes no país. 

Barichello - As pessoas se deram conta, desde o empresário até o cidadão mais humilde, que se não fosse o SUS e se não fossem as pesquisas financiadas pelos governos e feitas, na grande maioria, nas universidades públicas, seria uma tragédia (ainda maior).  

Temos 82 pesquisas desenvolvidas com pacientes aqui, pesquisando novas tecnologias e drogas

BdF RS - O GHC sempre foi uma referência no estado como saúde pública...

Barichello - Este é um hospital que faz muita ciência e muita formação. É um dos maiores formadores de residência médica e de residência multidisciplinar. Quando falo de residência multidisciplinar é que aqui tem residência de odontologia, de psicologia, de enfermagem, de várias outras profissões que não só a médica. Temos uma escola que faz graduação, pós-graduação e faz pesquisas.

Temos 82 pesquisas sendo desenvolvidas com pacientes aqui, pesquisando novas tecnologias, novas drogas. Além de atender as pessoas no seu problema de saúde, fazemos ensino e pesquisa e queremos ampliar isso também. O GHC é um grande complexo produtivo da saúde que, além de gerar renda, empregabilidade, desenvolvimento social e econômico, inovação, faz pesquisa e ensino.  

BdF RS - Tem outro hospital no país que seja referência como o GHC? 

Barichelo - Tem, por exemplo, o HPS (Hospital de Pronto Socorro, de Porto Alegre) que é 100% SUS e vários outros, inclusive filantrópicos, que se transformaram em 100% SUS. Depende muito de quem está dirigindo e da visão de sociedade, de mundo e de sistema de saúde que se quer para a população. 



Edição: Ayrton Centeno