A mais antiga empresa de ônibus em operação no Brasil será entregue à iniciativa privada. Fundada no século 19, ainda no Brasil Império, pelo imperador Dom Pedro II, a Companhia Carris Portoalegrense, da capital gaúcha, será concedida pelo prefeito Sebastião Melo (MDB). Por duas vezes, em 1999 e 2001, a Carris foi considerada pela Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP) como a melhor empresa de ônibus urbano do país.
Foi o que anunciou a prefeitura hoje (26), ao informar que as linhas operadas pela Carris serão entregues por um período de 20 anos. Hoje, a empresa atende 22% do transporte coletivo de Porto Alegre. É uma sociedade de economia mista cujo controle acionário é da prefeitura.
A decisão visa “potencializar o equilíbrio nos custos com o transporte coletivo para o município”, segundo a prefeitura. O decreto anunciando a desestatização foi publicado na terça-feira (25). Quem obtiver a concessão ficará, além da frota, com o imóvel hoje ocupado pela Carris.
Em 1953, a Carris, então uma empresa privada estrangeira, controlada pela norte-americana Eletric Bond & Share, foi estatizada pelo governo Leonel Brizola. Com a estatização, a empresa passou a atender os trajetos que a iniciativa privada não tinha interesse em assumir.
Hoje, a Carris atende cerca de 100 mil passageiros/dia através de sua frota composta por 315 veículos, sendo que 89% com equipamento de acessibilidade.
Nos planos da prefeitura, os atuais funcionários terão 12 meses de estabilidade após a concessão. A sessão para recebimento e abertura das propostas está marcada para 2 de outubro, sendo aberta a competidores internacionais. A proposta mínima é R$ 109 milhões.
A privatização da Carris foi aprovada pela Câmara de Porto Alegre em setembro de 2021. Na ocasião, o projeto do governo Melo teve 23 votos favoráveis e 13 contrários.
Edição: Katia Marko