Em protesto diante da falta de pagamento dos salários, profissionais do Instituto de Cardiologia (IC) de Porto Alegre definiram a paralisação das atividades na próxima sexta-feira (14). A decisão foi resultado de uma assembleia realizada pelo Sindisaúde-RS com centenas de trabalhadores, em frente ao hospital, no bairro Santana, na manhã desta segunda-feira (10).
Além do atraso do salário, os profissionais denunciam a falta de pagamento de FGTS há mais de um ano e das férias de acordo com a legislação. A diretora do Sindisaúde, Lúcia Mendonça, ressalta que a direção do IC afirmou que iria arcar com metade dos débitos atrasados na última sexta (7) e nesta segunda, o que não foi cumprido. Ela explica a importância da mobilização dos trabalhadores em busca de seus direitos.
“Não podemos aceitar calados a mão pesada do patrão em nosso pescoço. Nós fizemos a nossa parte, batendo ponto, e eles não cumpriram a parte deles. Então é hoje que começa de verdade a luta de cada um de nós. É uma vergonha um hospital filantrópico e referência em cardiologia passar por essa situação. É preciso que seja feita uma autoria urgente”, destacou a dirigente.
Nesta terça (11), será publicado um edital nos jornais para comunicar a greve e garantir a legalidade do movimento. No próximo dia 17, segunda-feira, haverá uma nova assembleia que vai decidir os próximos passos da mobilização.
O que diz o IC
Segundo o Instituto de Cardiologia, há previsão do pagamento nesta segunda-feira de 70% da folha. "Os valores, que deveriam ser depositados na sexta-feira, dia 07, são de repasses do SUS que não foram pagos na data. O depósito deve acontecer ainda hoje. Ao longo do mês de julho, verbas federais e também o pagamento do IPE Saúde serão destinadas para a quitação do restante da folha", afirma a entidade em nota.
Diz ainda que está priorizando recursos para garantir o atendimento aos pacientes e que "já está tomando medidas para se recuperar das atuais dificuldades financeiras, como parcerias com governos, instituições privadas e o lançamento, em breve, de uma campanha de doações".
Edição: Marcelo Ferreira