Rio Grande do Sul

Retorno da chuva

Defesa Civil de Porto Alegre emite novo alerta para risco de deslizamentos

Já são contabilizados 16 óbitos em decorrência do ciclone que atingiu o estado na semana passada

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Ciclone causou danos em 48 cidades do Rio Grande do Sul, incluindo Porto Alegre - Prefeitura POA/Divulgação

A Defesa Civil de Porto Alegre emitiu um alerta preventivo nesta terça-feira (20) em razão da possibilidade do retorno da chuva à Capital. O acumulado de precipitação nos próximos dias pode chegar a 50 milímetros - fato que, somado aos temporais da semana passada que vitimaram 16 pessoas no estado, pode resultar em deslizamentos de terra e detritos.

O alerta entrou em vigor às 20h desta terça e vale especialmente para as áreas de risco já mapeadas na cidade. O órgão manterá o monitoramento contínuo na cidade até a segunda-feira (26). A Comissão Permanente de Atuação em Emergência (Copae), integrada por diversos órgãos municipais e estaduais, está preparada para eventuais atendimentos.

A Defesa Civil pede que a população observe alterações nas encostas. No caso das famílias que habitam imóveis em áreas de risco sujeitas a deslizamentos, a orientação é buscar auxílio e abrigo temporário junto a parentes/amigos ou na estrutura disponibilizada pela prefeitura. O Ginásio do Demhab (rua Conde D'Eu, 66, bairro Santana) pode ser reaberto para as famílias, caso necessário.

O órgão também reforça a importância de a população abrigar-se em local seguro; não transitar em locais sujeitos a deslizamentos durante o período do alerta; não enfrentar o mau tempo; manter-se afastado de postes, árvores e placas de sinalização e publicitárias; e não entrar em alagamentos.

Em caso de dúvidas e emergências, a população deve ligar para a Defesa Civil (199) ou Corpo de Bombeiros (193). 

Número de mortes é o maior no RS em 40 anos  

O número de óbitos em decorrência do ciclone subiu para 16, após uma pessoa não identificada até o momento ter sido encontrada em uma área do município de Caraá. A cidade, situada na região de serra do Litoral Norte do estado, a 90 km de Porto Alegre, foi uma das mais atingidas pelo fenômeno meteorológico e onde ocorreram cinco das mortes.

De acordo com o Executivo estadual, com 16 mortes confirmadas, o ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na semana passada é o maior desastre natural relacionado a chuvas intensas das últimas quatro décadas no estado. Desde 1980, não há registros de outro episódio que tenha acarretado tantas perdas humanas devido a enxurradas.

Até esta terça-feira, foram notificados à Defesa Civil estadual danos e pessoas atingidas em 48 municípios. Há 1.538 desabrigados e 13.824 desalojados. Esses números são atualizados pelas Coordenadorias Municipais de Defesa Civil e podem sofrer alterações ao longo dos próximos dias.

Ao todo, 15 cidades decretaram situação de emergência, segundo informações do Centro de Operações da Defesa Civil estadual atualizadas na tarde desta terça-feira. São elas Caraá, Venâncio Aires, Três Cachoeiras, Gravataí, Vale Real, Bom Princípio, Montenegro, Paverama, Portão, Feliz, Santa Maria do Herval, Glorinha, Tupandi e Maquiné.

Em novembro de 2022, a Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG) lançou um mapeamento das ocorrências de desastres naturais no estado, analisando a sua distribuição e frequência. O material, elaborado a pedido da Defesa Civil Estadual, contempla o período entre 2003 e 2021.

Conforme o estudo da SPGG, entre 2017 e 2021, mais de 4,4 milhões de gaúchos foram direta ou indiretamente atingidos por desastres naturais em 482 municípios do Estado, havendo identificação de 14 mortes: cinco causadas por vendavais, quatro por enxurradas, duas por chuvas intensas, duas por tornados e uma por inundação. Nesse período, o número total de falecimentos foi ainda menor do que o contabilizado neste único episódio de junho de 2023, o que evidencia a sua magnitude e severidade.

* Com informações da Secom RS


Edição: Marcelo Ferreira