Rio Grande do Sul

Coluna

Semana complicada

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Nesta semana, o Marco Temporal entrou em regime de urgência, com apoio do ministro da Agricultura - Luz Dornelles
Sejamos otimistas, também podemos estar diante de reações desesperadas de quem sabe que vai em cana

Semana de sustos. Com Dallagnol e Moro comemorando algo difícil de entender... O  juiz que apurava crimes da Lava Jato teria feito uma brincadeira que teria justificado seu afastamento da 13 ª Vara de Curitiba. A apuração dos crimes contra o país estaria sendo transferida para a juíza do copia-e-cola, filha de suspeito em envolvimento  com trapaças associadas à privatização de subsidiária da Petrobrás durante o governo Bolsonaro.

Ao que se lê, ainda que reavivando suspeitas sobre a isenção do TRF4, estes fatos assanharam os golpistas. E nos jogaram no chão. Até porque na mesma semana, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, comemorou aprovação de Medida Provisória que rói por dentro ministérios emblemáticos do governo Lula. E ainda por cima, o Marco Temporal entrou em regime de urgência, com apoio do ministro da Agricultura.

De fato, esta parece ter sido uma grande semana dos derrotados de 2022. E eles festejaram com audácia que lembra os chamados para a festa da Selma e outros apitos para cachorros comprometidos com a inviabilização da democracia.

Mas, sejamos otimistas, também podemos estar diante de reações desesperadas daqueles que sabem estar muito perto de ir em cana.

Ainda assim há que reconhecer: nesta semana ficamos atarantados. Dá pena cobrar do velho que aponte caminhos, mas ele é o cara, e precisamos dele. Recuperada a credibilidade internacional, ajeitada a sala de estar e a vitrine, está na hora de cuidar da horta. O Brasil precisa que Lula oriente seus esforços para a mobilização do povo, para a organização de defesas do projeto de nação que o convocou à luta.

Nesta semana, aquela hipótese de que tudo vai bem, de que os sucessos internacionais do presidente estariam induzindo os fascistas a ativar kamikazes mais sofisticados do que os do 8 de janeiro, deixou de tranquilizar.

E precisamos de informações até para entender o que se passa e, se for este o caso, parar de atrapalhar.

 

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato. 

Edição: Katia Marko