A Marcha das Margaridas é considerada a maior mobilização de mulheres do campo e da cidade na América Latina. Em 2023, acontece a 7ª edição da Marcha, em Brasília, durante os dias 15 e 16 de agosto. O tema da Marcha este ano será "Margaridas em marcha pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver".
Como forma de preparação para este evento, as mulheres organizadas nos movimentos sociais, feministas e sindicatos convidam para a atividade de lançamento e mobilização no RS, que acontece na quarta-feira (17), às 18h30, no Armazém do Campo, bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre (José do Patrocínio, 888).
O nome da marcha é uma homenagem à Margarida Maria Alves, sindicalista paraibana assassinada em 1983 por um matador de aluguel contratado por fazendeiros da região. Em 2019, completam-se 36 anos de seu assassinato. Até hoje, nenhum acusado por sua morte foi condenado.
Segundo a coordenadora estadual das mulheres trabalhadoras da agricultura familiar organizadas na Federação dos Trabalhadores na Agricultura no RS (FETAG), Maribel Moreira, a expectativa é que o evento deste ano supere a quantidade de mulheres da ultima edição, em 2019, quando se reuniram cerca de 100 mil mulheres. "A Marcha das Margaridas nada mais é do que um movimento das mulheres feministas", afirma.
Ela também ressalta a presença de movimentos sociais de mulheres urbanas, sindicatos e de organizações indígenas na construção da marcha este ano. "A gente acredita que as mulheres são como as águas: quando se unem, elas ficam volumosas. A nossa força é gigante."
Também explica que, durante os dois dias de atividades em Brasília, serão realizados debates sobre os 13 eixos que compõem a pauta das mulheres do campo, das águas e das florestas organizadas nos movimentos. Além disso, terá feira com produtos pautando os temas da geração de renda, autonomia e trabalho.
No dia final, ocorre a tradicional marcha, uma caminhada de cerca de 7km, até a Esplanada dos Ministérios
"Nós levaremos as nossas pautas até Brasília, visando a reconstrução do Brasil e de suas políticas públicas de saúde, educação, previdência e assistência social, pelo fim da violência contra as mulheres, preservação do meio ambiente, o poder e participação política", completa Maribel.
Edição: Marcelo Ferreira