A 9ª Conferência Estadual de Saúde (CES) do Rio Grande do Sul, etapa preparatória à 17ª Conferência Nacional de Saúde (17ª CNS), terá início nesta segunda-feira (15), a partir das 8h30, no Auditório Araújo Viana, em Porto Alegre. Serão três dias de debate e elaboração de propostas, e escolha dos 140 delegados estaduais para a etapa nacional.
A mesa de abertura abordará Covid e Controle Social, Gestão e Regionalização da Saúde. A conferência é realizada a cada quatro anos. O encerramento acontecerá na quarta-feira (17).
Conforme destaca o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Cláudio Augustin, tanto a conferência estadual quanto a nacional acontecem em um momento extremamente importante da vida nacional e estadual. “Estamos em uma profunda crise econômica, financeira de representação política, de rumos para humanidade crise climática, ambiental. Ao fazermos essa conferencia, estamos ainda, embora em menor escala, na maior crise dos últimos tempos, a pandemia do covid”, expõe.
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Segundo Augustin, a situação causada pela pandemia mudou todas as estruturas nos países. No caso brasileiro, pontua que houve agravamento devido à política negacionista do último governo que resultou em mais de 700 mil mortes decorrentes da doença. “Temos 7% de óbitos da população mundial. Morreram mais de 11% da população mundial. Quer dizer, os brasileiros morreram muito mais que o resto do mundo, porque aqui não teve uma política que reconhecesse a ciência e fizesse o que era necessário. O que fizemos aqui foi negar a doença”, afirma.
O presidente destaca também as milhões de pessoas com sequelas da covid, seja diretamente ou por conta da covid longa. “É um conjunto de pessoas que precisam ser recuperadas para que esse contingente consiga voltar plenamente ao trabalho. Hoje muitos estão excluídos da possibilidade de trabalho pelas sequelas. Isso fez com que com que aumentasse as filas das consultas e exames especializados e diversas cirurgias, somadas as essas filas as sequelas da covid.”
A atual edição da conferência destacará também a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), que conforme frisa Augustin, mostrou na pandemia a sua importância. Ressalta que, apesar das altas taxas de mortalidade no Brasil e no RS, a taxa de letalidade é baixa. "Isso prova de forma clara a importância e amplitude que o SUS exerceu na pandemia, sua importância foi estratégica. Se não tivesse o SUS a quantidade de mortes seria muito maior”, sustenta.
"Estamos em um momento de grande adoecimento da sociedade brasileira e temos que encontrar novos caminhos. A conferência serve para isso, para indicar quais caminhos devemos trilhar para recuperar as pessoas, transformar e fortalecer a saúde brasileira”, conclui.
Conferência reúne propostas dos municípios
Dos 497 municípios gaúchos, 450 informaram e realizaram a conferência. 429 cadastraram as propostas prioritárias. Foram recebidas 5 mil propostas prioritárias de âmbito estadual e/ou nacional, as quais estão sendo transformadas em 250 propostas. Além disso, 420 municípios cadastraram os delegados eleitos para a etapa estadual.
Rumo à conferência nacional
A 17ª Conferência Nacional de Saúde será realizada de 2 a 5 de julho de 2023, em Brasília (DF), pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), juntamente com o Ministério da Saúde. O evento, que acontece a cada quatro anos, é um dos mais importantes espaços de diálogo entre governo e sociedade para a construção das políticas públicas do SUS.
As mesas da 9ª CES serão transmitidas através do Youtube do Conselho. Confira a programação completa.
Edição: Marcelo Ferreira