Trabalhadores da Justiça do Rio Grande do Sul realizam, nesta quinta-feira (4), um Apagão do Judiciário, com uma paralisação de 1h. A categoria aprovou a manutenção do estado de greve, em assembleia geral realizada na última sexta-feira (28), com o objetivo de pressionar o Tribunal de Justiça (TJRS) para garantir aos servidores o mesmo reajuste proposto aos magistrados, que é 18%.
Na entrada do CTG Estância da Azenha, em Porto Alegre, durante a assembleia geral, o Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (Sindjus/RS) colocou os uma grande caixa preta. A ação, explica o sindicato, ilustra a relação do TJRS nas negociações com a categoria, marcada pela falta de transparência, negociação e isonomia.
Durante a atividade, servidores fizeram manifestações indignadas sobre sobrecarga e falta de valorização por parte da Administração. A categoria definiu que vai manter a mobilização com objetivo de garantir, pelo menos, parte das perdas salariais, que já superam 60%.
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“Queremos que o Tribunal remeta imediatamente para a Assembleia Legislativa o projeto de revisão da matriz salarial com o índice de 18%, que é o mesmo da magistratura”, destacou o coordenador-geral do Sindjus, Osvaldir Rodrigues. Ele denunciou que o PL de reajuste dos juízes não passou no Órgão Especial e apenas foi referendado após já estar no Legislativo.
O secretário-geral Fabiano Zalazar recuperou o histórico da tramitação dos expedientes que tratam da revisão da matriz salarial e demais alterações administrativas, apontando a falta de transparência e negociação por parte da administração do TJRS. “Somos contrários a GDI porque a médio e longo prazo vai criar um abismo entre ativos e aposentados. Tudo nessa lógica que está precarizando o nosso trabalho, com metas inatingíveis.”
Os dirigentes também destacaram a falta de transparência do TJRS. Afirmam que desde fevereiro o sindicato solicita acesso aos dados orçamentários, mas o pedido foi negado pela administração, além da destinação de R$ 300 milhões para gastos com pessoal, identificados em reunião técnica realizada no fim de março.
Defesa do IPE Saúde
A categoria também aprovou durante a assembleia a mobilização contra o projeto de reestruturação do IPE Saúde do governo Leite, que prevê mudanças como cobrança por dependentes e aumento da coparticipação em exames sem limite de teto. “O que está em jogo é o futuro do IPE, pois os maiores salários vão pagar menos”, frisou Zalazar.
O secretário-geral exemplificou a mudança revelando que o governador Eduardo Leite terá redução de R$ 720,00 no valor pago ao Instituto. Além disso, o dirigente citou que “o déficit de 32% não existiria se pelo menos metade da inflação tivesse sido paga aos servidores nos últimos nove anos”. Outro ponto destacado é a dívida de R$ 145 milhões dos Poderes e instituições para o IPE Saúde.
Outras pautas
Entre outros temas, também foi aprovado que o sindicato solicite uma reunião a fim de tratar de denúncias sobre a situação dos servidores das centrais de cumprimentos, como a Centrais de Cálculos Processuais (CCALC), em relação as metas abusivas.
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Ao fim da assembleia geral, os trabalhadores e trabalhadoras saíram em marcha até a frente do Tribunal carregando a caixa preta e os questionamentos sobre quem beneficia e o que financia. “Somos parte do Tribunal de Justiça e exigimos respeito “, exclamou o coordenador-geral no encerramento do ato.
Uma nova assembleia geral será realizada na próxima segunda-feira (8), a partir das 13h, data da votação dos expedientes no Órgão Especial.
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Edição: Marcelo Ferreira