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Comandante guerrilheira da Nicarágua faz palestra em Porto Alegre nesta sexta-feira (14)

Mónica Baltodano vai falar sobre o contexto político do país que vive sob o regime autoritário de Daniel Ortega

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Historiadora, 70 anos, Mónica figura entre os nomes mais importantes da política nicaraguense nos últimos 40 anos
Historiadora, 70 anos, Mónica figura entre os nomes mais importantes da política nicaraguense nos últimos 40 anos - Reprodução/La Prensa Nicarágua

A comandante guerrilheira da Nicarágua Mónica Baltodano está visitando cidades brasileiras para denunciar as violações cometidas pelo regime autoritário de Daniel Ortega e Rosario Murillo. Nesta sexta-feira (14), chega a Porto Alegre, onde dará palestra sobre a situação de violações do país centro-americano.

O encontro é aberto à comunidade e ocorre na Faculdade de Economia da UFRGS (Av. João Pessoa, 52/410), às 18h30. A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) também irá compor a mesa do debate.

A comandante é uma das figuras centrais da revolução sandinista na Nicarágua em 1979. Está no Brasil por iniciativa do Comitê de Solidariedade com a Nicarágua e do Movimento Esquerda Socialista (MES). Já passou por São Paulo e também desembarcará no Rio de Janeiro, em 17 de abril.

Em Porto Alegre, na sexta, além da palestra nas Faculdade de Economia, Mónica vai participar de encontro com parlamentares e dirigentes de esquerda e de visita à escola de formação do MST, em Águas Claras, Viamão.

No sábado (15), participa de encontro com Fórum Ecumênico Inter-religioso, na Paróquia do Redentor, Cidade Baixa. Encerra sua jornada no município de São Leopoldo, com visita ao Seminário Estadual das Comunidades Eclesiais de Base, no Salão da Comunidade São Roque, Parque Mauá.

Sobre Mónica Baltodano

Historiadora, 70 anos, Mónica figura entre os nomes mais importantes da política nicaraguense nos últimos 40 anos. Foi uma das três mulheres que receberam o grau honorário de Comandante Guerrilheira após o triunfo da revolução sandinista. Exerceu o cargo de vice-ministra da Presidência, ministra dos Assuntos Regionais e membro do Parlamento até que se opôs ao pacto no qual o ex-presidente Arnoldo Alemán (1997-2002) e Daniel Ortega dividiram o poder da Nicarágua.

Eminente membro da oposição do governo Ortega (que está na presidência da Nicarágua desde 2007), Mónica foi presa por participar do Movimento de Renovação Sandinista e exigir a libertação de presos políticos em 2019. Em fevereiro passado, o regime autoritário a incluiu no rol dos 94 opositores declarados apátridas pelo governo. Além de retirar a nacionalidade do grupo, Ortega confiscou bens e mesmo os registros da seguridade social dos expatriados – integrados a um grupo de 222 nicaraguenses que foram expulsos do país em voo fretado rumo aos Estados Unidos.

“O objetivo de Ortega é a execução, a eliminação civil e material de todos nós, dos 94 expatriados, mas também dos 222 oponentes que foram brutalmente presos, alguns deles por até três ou quatro anos”, afirmou Mónica em entrevista ao site LadoB, da Costa Rica, onde vive em exílio.

Autora dos quatro volumes de “Memórias da Luta Sandinista”, Monica contará sobre sua trajetória e o contexto político da Nicarágua – para onde pretende voltar assim que a ditadura do governo Ortega for derrubada.


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Edição: Marcelo Ferreira