O veto parcial do prefeito Sebastião Melo ao PL 244/22, de autoria do vereador Ramiro Rosário, que retirava a obrigatoriedade das portas de segurança nas agências bancárias de Porto Alegre, foi uma vitória fruto da mobilização do SindBancários, da Fetrafi-RS e da nossa categoria.
Fomos surpreendidos com a aprovação dessa lei na Câmara Municipal, no fim do ano passado, sem o devido debate que um assunto dessa magnitude exigiria. A segurança bancária não é um tema só dos trabalhadores, mas de todos os clientes e usuários do sistema financeiro, enfim, da população porto-alegrense.
Conseguimos pautar não apenas a Câmara dos Vereadores nessa discussão, como toda a sociedade. E fomos vitoriosos! Ganhamos o debate, o povo ficou do nosso lado, compreendendo os riscos desse projeto, e a maioria dos vereadores que votaram a favor sem um debate aprofundado, recuou e mudou de posição após nossa luta e nossa campanha de esclarecimento. Hoje, a segurança bancária é um tema discutido em todos os lugares da cidade, por todas as categorias de trabalhadores.
Claro que nem todos os riscos que apontamos foram dirimidos com esse veto, pontos importantes da lei que pedimos para o prefeito vetar, ele não vetou. Se curvando à pressão dos banqueiros, que só visam aumentar seus lucros e não se importam com as vidas, bem como do autor da lei e dos poucos que se mantiveram ao lado dele, contra o povo.
Com o veto parcial, agências bancárias sem numerário continuarão a ter portas giratórias, mas lojas e postos de atendimento poderão ter suas portas retiradas, aumentando o risco de assaltos nesses estabelecimentos. Por isso, precisamos continuar a nossa mobilização, até que todos estejamos seguros.
Seguiremos tentando reverter os retrocessos que esse projeto trouxe e lutando para aumentar a segurança nos bancos, para a categoria e toda a sociedade, seja no município, no estado ou no País. É preciso atualizar a lei, sim, mas tendo como princípio a preservação da vida humana.
* Vice-presidente da CUT-RS
** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Marcelo Ferreira