O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, já chegou ao Rio Grande do Sul para uma agenda de dois dias de reuniões e debates "pelo fim do trabalho análogo ao escravo", conforme o título do seu artigo publicado na edição desta segunda-feira (20) no jornal Zero Hora.
Marinho se reuniu no início da manhã desta segunda na prefeitura de Bento Gonçalves com o prefeito Diogo Siqueira (PSDB), deputados federais e estaduais, autoridades e dirigentes da CUT-RS e sindicatos.
Às 16h, o ministro estará à disposição da imprensa para entrevista coletiva. O local será a Assembleia Legislativa, na Sala de Convergência Adão Pretto (térreo).
No final da tarde, às 18h30, ele estará presente na audiência pública da Comissão de Economia da Assembleia Legislativa, no Teatro Dante Barone, no centro de Porto Alegre, que terá como tema "Trabalho decente, sim! Trabalho escravo, não!".
Leia a íntegra do artigo do ministro
Pelo fim do trabalho análogo ao escravo
Que a mensagem seja cristalina. O enfrentamento ao trabalho em situação análoga à escravidão receberá de nosso governo o nível máximo de prioridade. As operações como as que libertaram mais de duas centenas de trabalhadores que se encontravam nessas condições trabalhando para vinícolas no Estado seguirão sempre que a nossa fiscalização se deparar com essa realidade ou que denúncias chegarem ao nosso ministério. O retrocesso aos tempos da incivilidade ficou preso aos últimos quatro anos.
A determinação que recebemos do presidente Lula é de trabalhar incansavelmente pelo aumento da formalização do trabalho no Brasil. Em suas mais diversas formas. A precarização e a exploração não combinam com a sociedade moderna que queremos construir.
A violência que situações como essas representam é inaceitável. E todos perdem. Perdem os trabalhadores e trabalhadoras, que se veem coisificados, com direitos desrespeitados, saúde debilitada, vidas em risco, destruídos em suas dignidades.
E perdem também os empresários sérios, que sofrem com a concorrência desleal e com a mácula que a prática despeja sobre o seu segmento. Perdas de mercado – local e mundial – e de valor de suas marcas são consequências imediatas para aquelas empresas que cometem este crime.
Hoje e amanhã, visito o Rio Grande do Sul com o espírito aberto para, a partir de uma conversa franca e direta – como é característica do povo gaúcho –, envolver sindicatos de trabalhadores e as representações do empresariado na construção de um grande pacto pela erradicação do trabalho escravo ou análogo ao escravo em território gaúcho.
Movimento que levaremos para todo o país. Porque assim como não é apenas no setor vinícola que identificamos tais desumanidades, também não é só no Rio Grande do Sul.
O grande acordo que o governo anterior fez com o obscurantismo se traduziu no desmonte da estrutura de fiscalização e em uma certa autorização tácita para a barbárie se instalar.
Diremos um firme não a esta realidade. Um sonoro basta ecoará, espraiando por todos os cantos do Brasil o retorno à legalidade nas relações capital-trabalho.
* Com informações da CUT-RS
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Edição: Katia Marko