Rio Grande do Sul

EDUCAÇÃO

Educadores do estado se mobilizam em busca de reajuste de 14,95% e valorização da categoria

Manifestação convocada pelo Cpers cobra a pauta de reivindicações dos professores e funcionários nesse início de 2023

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Professores e funcionários da educação pública estadual participaram de caminhada pelas ruas do centro de Porto Alegre nesta terça-feira (7) - Foto: Pedro Neves

Uma manifestação com caminhada pelo Centro Histórico de Porto Alegre buscou dialogar com a sociedade a importância da valorização salarial dos profissionais da educação pública estadual. O ato político foi convocado pelo Cpers Sindicato e aconteceu nesta terça-feira (7).

A concentração começou em torno das 10h, na frente da sede do sindicato, na Avenida Alberto Bins. Após, os professores, funcionários de escolas e aposentados partiram rumo à Praça da Matriz, onde se dividiram em grupos que entraram na Assembleia Legislativa, visitando os gabinetes dos deputados e das bancadas para sensibilizar os parlamentares em torno da pauta.


Categoria exige que esse reajuste abranja todos os professores e funcionários de escola, incluindo os da ativa, aposentados, concursados e contratados / Foto: Pedro Neves

Em assembleia geral realizada na sexta-feira (3), os educadores do estado reivindicaram o reajuste de 14,95%, rejeitando a proposta oferecida pelo governo do estado, de 9,45%. Além disso, a categoria exige que esse aumento abranja todos os professores e funcionários de escola, incluindo os da ativa, aposentados, concursados e contratados. 

Pressão no Executivo e Legislativo

Após a marcha, os educadores, além de ingressarem na Assembleia para visitar os parlamentares, pediram uma audiência com a Casa Civil do governo do estado. Conforme a presidenta do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, a reunião foi solicitada para a entrega de um documento em que o sindicato elenca os motivos pelos quais afirma ser possível garantir o pagamento do reajuste exigido.

Um desses caminhos, por exemplo, é a utilização de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), que estariam disponíveis ao caixa do estado.

Continuidade da mobilização

Segundo recorda a diretora do sindicado Carla Cassais, ainda estão marcadas mobilizações da categoria para os dias 15 e 22 de março. Ambas as datas foram aprovadas na Assembleia Geral e estão conectadas com o andamento do projeto de lei com os valores de reajuste enviado pelo Executivo em regime de urgência.

Embora deva ser votado até o dia 1° de abril, o projeto ainda não tem data para ser apreciado em plenário. Devido a este fato, a categoria entendeu que as duas datas de luta serão avaliadas conforme a conjuntura política, podendo ser marcadas mobilizações regionais, paralisações, com a concentração dos professores em Porto Alegre.

Dificuldades para os funcionários

A pauta de reivindicações do sindicato está voltada não somente para os professores, mas também para reconhecer a importância de uma parte da categoria que passa por ainda mais dificuldades financeiras: os funcionários de escolas. Conforme foi dito no ato político desta terça-feira (7), por um professor no carro de som, funcionários e professores "formam uma só categoria".


Após a marcha, os educadores, além de ingressarem na Assembleia para visitar os parlamentares, pediram uma audiência com a Casa Civil / Foto: Pedro Neves

Além disso, na Assembleia Geral, a presidenta do sindicato reiterou que os profissionais em educação ajudam a completar as redes de proteção aos jovens e crianças.

Conforme afirmou a diretora Juçara Borges, funcionária aposentada, os funcionários no RS têm os piores salários: o rendimento básico é de aproximadamente R$ 650,00.

"O governo usa as vantagens que alguns têm, como a insalubridade, por exemplo, para poder atingir o salário mínimo regional. Lembrando que não temos mais promoção através do Plano de Carreira", explicou Juçara. A diretora também reforça a posição de que o governo deve usar os recursos do Fundeb para fazer esse pagamento.

Expectativa de sensibilização

Rosane Zan, diretora e tesoureira do sindicato, em depoimento ao BdF RS, reiterou que a categoria, de uma forma geral, passa por uma fase difícil, com perdas salariais expressivas, porém, a situação mais grave continua sendo a dos funcionários de escola. Ela espera que a visita às bancadas e parlamentares tenha efeito no sentido de sensibilizar os deputados para a pauta da educação estadual.

"Estamos aqui hoje fazendo essa pressão, acreditamos que é importante o Parlamento nos dar essa resposta. A sociedade precisa colocar a educação como prioridade, algo que o próprio governador fala. Precisamos ser valorizados pelo papel que a gente cumpre no chão da escola."


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Edição: Katia Marko