Terminou sem acordo a primeira audiência de conciliação sobre as negociações envolvendo os trabalhadores da Companhia Rio Grandense de Saneamento (Corsan), realizada na tarde desta quinta-feira (16), na 18ª Vara do Trabalho de Porto Alegre. Apresentaram suas propostas, de um lado, representantes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do RS (Sindiágua/RS), de outro, a Aegea, consórcio que arrematou a estatal.
A audiência, que estava marcada inicialmente para o dia 7 de março e foi antecipada, teve a condução da juíza do Trabalho Ligia Maria Fialho Belmonte. A antecipação não foi bem vista pelo sindicato, que entende que não houve tempo hábil para elaboração de propostas. Sem chegar a um acordo, ficaram agendadas duas novas audiências de conciliação sobre o caso, para os dias 28 de fevereiro e 2 de março.
Para o Sindiágua/RS, a proposta apresentada pela Aegea, de quatro meses de estabilidade para os trabalhadores, “é inaceitável”. O sindicato levou propôs dois anos de estabilidade, além de prorrogação do Acordo Coletivo em vigência, plano de saúde equivalente ao plano atual dos funcionários, garantias da Fundação Corsan, bem como as ações previdenciárias, e manutenção do plano em existente na empresa para aposentados e pensionistas, além dos mesmos permanecerem com o plano atual.
O presidente do Sindiágua/RS, Arilson Wünsch, ressalta que qualquer decisão a ser tomada depende da assembleia geral dos trabalhadores da categoria, já marcada para dia 3 de março em Porto Alegre. Ainda segundo ele, esta é uma proposta precária, pois a pauta principal é luta contra a tentativa de venda da estatal. “Essa mediação e a apresentação de proposta em nada altera o teor da liminar e muito menos enfraquece a luta contra a privatização da Corsan”, afirma.
O dirigente destaca ainda que existem novos pontos que precisam ser estudados minuciosamente para um possível seguimento da mediação. Além disso, o sindicato cobra que a Corsan apresente o teor dos estudos de impacto sócio econômicos em relação aos trabalhadores, assistidos e pensionistas da Fundação com uma possível privatização.
“Salientamos que temos quatro liminares que impedem a assinatura do contrato, e nessa semana entramos com mais uma ação para a anulação do leilão e a entrega de mais elementos no Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público de Contas que comprovam que nossa tese na defesa da Corsan está no caminho certo, sem contar com as articulações pela criação da CPI da Água na Assembleia Legislativa, vamos derrubar o leilão e vamos vencer essa guerra”, salienta Wünsch.
Também estiveram presentes na mediação representantes da Corsan, do governo estadual e da Associação dos Aposentados da Fundação Corsan.
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Edição: Marcelo Ferreira