Rio Grande do Sul

OUTRO MUNDO POSSÍVEL

Fórum Social Mundial 2023 convoca sociedade ao resgate da democracia e da participação

Ampla representação de setores sociais e populares e ministros do governo Lula participaram dos quase 200 debates

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Mesas e debates reuniram mais de 10 mil participantes - Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Após 22 anos da realização do primeiro Fórum Social Mundial, Porto Alegre voltou a sediar o encontro que reúne uma diversidade de expressões da sociedade para dizer que “outro mundo é possível”.

De 23 a 28 de janeiro, centenas de atividades reuniram variados setores organizados do país, num intenso momento de articulação, construção coletiva de propostas e estratégias, e de diálogo das organizações e movimentos sociais com o governo eleito.

“Representou a retomada da agenda propositiva da sociedade civil internacional para com os temas fundamentais que assolam a humanidade nestes últimos anos”, avalia Mauri Cruz, do Conselho Internacional do FSM. Ele conta que foram realizadas quase 200 atividades autogestionadas, quatro mesas de convergência e seis mesas do Seminário Internacional, com quatro mil pessoas credenciadas e estimativa de mais de 10 mil participantes.

Estiveram em debate temas centrais como luta antirracista popular e periférica, respeito aos direitos das mulheres e reconhecimento de seu protagonismo, combate à fome e às desigualdades e proteção ambiental. Bem como a retomada das pautas dos direitos sociais, a construção de políticas inclusivas e universais e a necessidade do empoderamento popular através da implantação de mecanismos de democracia participativa capaz de partilhar o poder de forma efetiva.


Marina Silva denunciou o genocídio dos Yanomami / Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Além de amplas representações sociais, o evento contou com a presença de três ministros do governo Lula, que aprofundaram a proposta de reconstrução coletiva do país: Marina Silva, do Meio Ambiente; Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência; e Gilberto Carvalho, secretário nacional de Economia Solidária.

Marcha da diversidade e cultura pela transformação

A alegria estava estampada nos rostos das milhares de pessoas que participaram da tradicional marcha do Fórum. Na faixa de abertura, a diversidade do povo brasileiro: indígenas, quilombolas, ambientalistas, sindicalistas, agricultores familiares, parlamentares, artistas, trabalhadoras e trabalhadores.


Mulheres indígenas, uma das presenças do FSM / Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

Ao som dos tambores que marcavam os passos rumo ao novo Brasil que começa a ser construído, a caminhada subiu a Borges de Medeiros, até a Praça da Matriz, onde estão os Três Poderes. Com faixas, cartazes, bandeiras, camisetas ou bonés, as lutas de cada movimento presente eram expostas à população que passava pelas ruas ou aguardava o ônibus nas paradas.

Durante os seis dias de Fórum, a cultura não ficou de fora. Foram realizadas exposições, produção de grafite e muralismo, batalha de rimas, shows de Hip Hop e espetáculos de teatro e dança. Encerrando o evento, em grande estilo, o Festival Social Mundial levou uma série de artistas ao palco no Parque da Redenção.


Olívio Dutra, como sempre, participou / Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

“Porto Alegre, mais uma vez, demonstrou sua vocação para acolher todos os movimentos internacionalistas que lutam por liberdade, democracia, igualdade e justiça socioambiental, retomando as edições do FSM e contribuindo para manter acesso o sonho de um outro mundo possível, urgente e necessário”, comenta Mauri.


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Edição: Katia Marko