Após 22 anos da realização do primeiro Fórum Social Mundial, Porto Alegre voltou a sediar o encontro que reúne uma diversidade de expressões da sociedade para dizer que “outro mundo é possível”.
De 23 a 28 de janeiro, centenas de atividades reuniram variados setores organizados do país, num intenso momento de articulação, construção coletiva de propostas e estratégias, e de diálogo das organizações e movimentos sociais com o governo eleito.
“Representou a retomada da agenda propositiva da sociedade civil internacional para com os temas fundamentais que assolam a humanidade nestes últimos anos”, avalia Mauri Cruz, do Conselho Internacional do FSM. Ele conta que foram realizadas quase 200 atividades autogestionadas, quatro mesas de convergência e seis mesas do Seminário Internacional, com quatro mil pessoas credenciadas e estimativa de mais de 10 mil participantes.
Estiveram em debate temas centrais como luta antirracista popular e periférica, respeito aos direitos das mulheres e reconhecimento de seu protagonismo, combate à fome e às desigualdades e proteção ambiental. Bem como a retomada das pautas dos direitos sociais, a construção de políticas inclusivas e universais e a necessidade do empoderamento popular através da implantação de mecanismos de democracia participativa capaz de partilhar o poder de forma efetiva.
Além de amplas representações sociais, o evento contou com a presença de três ministros do governo Lula, que aprofundaram a proposta de reconstrução coletiva do país: Marina Silva, do Meio Ambiente; Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência; e Gilberto Carvalho, secretário nacional de Economia Solidária.
Marcha da diversidade e cultura pela transformação
A alegria estava estampada nos rostos das milhares de pessoas que participaram da tradicional marcha do Fórum. Na faixa de abertura, a diversidade do povo brasileiro: indígenas, quilombolas, ambientalistas, sindicalistas, agricultores familiares, parlamentares, artistas, trabalhadoras e trabalhadores.
Ao som dos tambores que marcavam os passos rumo ao novo Brasil que começa a ser construído, a caminhada subiu a Borges de Medeiros, até a Praça da Matriz, onde estão os Três Poderes. Com faixas, cartazes, bandeiras, camisetas ou bonés, as lutas de cada movimento presente eram expostas à população que passava pelas ruas ou aguardava o ônibus nas paradas.
Durante os seis dias de Fórum, a cultura não ficou de fora. Foram realizadas exposições, produção de grafite e muralismo, batalha de rimas, shows de Hip Hop e espetáculos de teatro e dança. Encerrando o evento, em grande estilo, o Festival Social Mundial levou uma série de artistas ao palco no Parque da Redenção.
“Porto Alegre, mais uma vez, demonstrou sua vocação para acolher todos os movimentos internacionalistas que lutam por liberdade, democracia, igualdade e justiça socioambiental, retomando as edições do FSM e contribuindo para manter acesso o sonho de um outro mundo possível, urgente e necessário”, comenta Mauri.
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Edição: Katia Marko