Rio Grande do Sul

POVOS ORIGINÁRIOS

Entidades de mulheres indígenas lançam o caderno da Semana dos Povos Indígenas 2023

Lançamento será realizado na próxima terça-feira (31) durante a Pré-Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília (DF)

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Mulheres indígenas do RS participam da pré-marcha em Brasília - Foto: Sueli "Khey" de Oliveira Tomas

“Mulheres: corpos-territórios indígenas em resistência!” será o tema do caderno da Semana dos Povos Indígenas 2023. O material feito pelas mulheres indígenas da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) junto ao Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin) será apresentado durante a Pré-Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília (DF), nesta terça-feira (31), a partir das 14h.

A atividade, que será transmitida pelas redes sociais da Anmiga e da Comin, terá a presença de Braulina Baniwa, Giovana Mandulão e Jozileia Kaingang, autoras do caderno. Também ocorre um momento de debate e reflexão para o enfrentamento ao racismo e valorização da vida das mulheres indígenas, que embora tenham grande contribuição para a mesma, são invisibilizadas na sociedade.

Segundo explica o Comin, quando se pensa no corpo-território indígena, é necessária uma reflexão para além do que se entende comumente como um corpo. Quando as mulheres indígenas falam de seus corpos-territórios, elas estão falando das heranças ancestrais e espirituais que carregam, além da sabedoria coletiva de seus povos.

O caderno da Semana dos Povos Indígenas 2023 traz a ancestralidade e a potência dos corpos-territórios das mulheres indígenas. O material quer, não somente tematizar a presença e atuação de mulheres indígenas, mas, especialmente, ser a própria fala dessas mulheres a partir de seus biomas, “porque somos terra, sementes, raiz, tronco, galhos, folhas e frutos, mulheres conectadas com o corpo da Terra”.

O material é escrito pela Anmiga, um movimento ancestral, tradicional e social, criado e constituído por mulheres indígenas dos seis biomas brasileiros, desde o chão da aldeia até o chão do mundo. As ilustrações são de Wanessa Ribeiro, do povo Guarani Mbya.

Há mais de vinte anos, o Comin, programa da Fundação Luterana de Diaconia (FLD) que atua no apoio e na defesa de direitos indígenas, produz, anualmente, o caderno da Semana dos Povos Indígenas. O material é elaborado de forma a contribuir no conhecimento da realidade e diversidade dos povos indígenas e na superação do racismo contra pessoas indígenas.

Após o lançamento, o caderno estará disponível no site www.comin.org.br.

Pré-Marcha das Mulheres Indígenas

Para continuar fortalecendo e ecoando as vozes das mulheres indígenas em espaços de poder em 2023, a Anmiga realiza a Pré-Marcha das Mulheres Indígenas. O evento iniciou neste domingo (29) e segue até 1º de fevereiro, em Brasília (DF). Mais de 150 mulheres e lideranças indígenas dos seis biomas do Brasil são esperadas.

A Pré-Marcha, que possui o tema “Vozes da Ancestralidade dos seis biomas do Brasil”, é a etapa preparatória para a construção da agenda e planejamento da III Marcha das Mulheres Indígenas, março das originárias e ATL 2023. Não haverá marcha pois Brasília está sob decreto de Intervenção Federal, devido aos atos antidemocráticos ocorridos em janeiro de 2023, o que limita ações e grandes atos públicos.

O evento, segundo o Comin, tem ainda como objetivo debater coletivamente perspectivas de incidências em espaços como o Ministério dos Povos Indígenas, Congresso Nacional, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), através da Bancada do Cocar.


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

Edição: Marcelo Ferreira