O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macedo, disse que o governo Lula vai restabelecer a participação social na gestão do país, com a criação, em 31 de janeiro, de um conselho formado por 60 entidades da sociedade civil. Também irá restituir o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), extinto pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, será aberto um amplo diálogo para criar aa bases para a elaboração de um planejamento aos moldes do Orçamento Participativo.
Márcio Macedo foi um dos convidados da mesa “Democracia participativa e controle social”, realizada na tarde desta sexta-feira (27) na Assembleia Legislativa do RS, dentro da programação do Fórum Social Mundial 2023. Segundo ele, a democracia sustenta-se na participação e no controle da sociedade “e essa é a determinação do presidente Lula”.
O ministro pontuou também ações já tomadas no sentido de colocar representantes da sociedade de volta a instâncias consultivas e deliberativas. “O presidente criou a Secretaria de Participação Popular, a Secretaria de Diálogos Sociais, a Secretaria de Políticas Sociais, Secretaria de Juventude e promove a rearticulação dos conselhos”, conta.
Disse ainda que, também no dia 31, em um ato no Palácio do Planalto, Lula vai criar por decreto o Sistema Interministerial de Participação Social. “Todos os ministérios vão ter uma equipe pra tratar dos problemas do povo e das demandas da população, coordenado pela Secretaria Geral da Presidência, de forma transversal nos 37 ministérios do governo Lula.”
Volta do Consea para combater a fome
Destacou a volta do Consea para o enfrentamento à fome no país, que “é uma das prioridades do governo Lula”. Informou que o Conselho terá os mesmos membros e presidenta que foram destituídos por Bolsonaro em seu primeiro dia de mandato, “para mostrar que aquele ato feriu a democracia participativa brasileira”. Segundo ele, até o final de ano deve ser feita uma nova conferência nacional, partindo de debates regionais.
“O golpe na presidenta Dilma interrompeu um processo glorioso de aprofundamento da participação popular e da democracia participativa”, assinalou. Na sequência, o governo Bolsonaro executou um “processo para acabar com a participação social, suspender todas as conferências, fechar e dificultar as participações dos conselhos”.
Agora, o caminho de retomada será feito com ajuda de entidades e movimentos sociais. “Vamos fazer uma relação respeitosa e autônoma, construída a várias mãos com transparência, com controle social e com debate permanente para a consolidação das políticas públicas.”
Construir bases para um Orçamento Participativo
Sobre a criação das bases para um Orçamento Participativo, disse que por determinação de Lula conversou com a ministra Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento. “Vamos rodar esse país dialogando com a sociedade, não é fácil em um país de escala continental”, prometeu, chamando a iniciativa de “uma ação revolucionária da política e gestão brasileira”.
O ministro fez a fala final da mesa de debates, que contou com a participação de representantes de diversos setores da sociedade brasileira e mediação de Lucas Monteiro, do Levante Popular da Juventude.
Compuseram o debate, o professor Frederico Viana Machado, do Laboratório de Políticas Públicas, Ações Coletivas e Saúde da UFRGS; Eliane Martins, do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD); Leonardo Pinho, do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH); o professor Marcelo Kunrath Silva, do Grupo de Pesquisa Associativismo, Contestação e Engajamento (GPACE UFRGS); a integrante do Conselho Nacional de Saúde, representando a União de Negras e Negros pela Igualdade (UNEGRO), Maria da Conceição Silva; o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Caí e do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Montenegro, o biólogo Rafael Altenhofen; a jornalista e educadora popular Raquel Baster, do Intervozes; o secretário adjunto de Comunicação da CUT e integrante da executiva do FNDC, Admirson Medeiros Ferro Júnior; o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Coban), Edegar Pretto; e o ex-governador gaúcho e criador do Orçamento Participativo; Olívio Dutra.
Assista ao debate na íntegra:
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Edição: Katia Marko