Rio Grande do Sul

APOIO AO GOLPE?

Pelo menos sete deputados federais do RS defenderam ou minimizaram o terrorismo em Brasília

Levantamento feito pelo The Intercept mostra o RS como sendo o estado com mais deputados que apoiaram ou relativizaram

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Um levantamento feito pelo Intercept registrou 46 deputados federais eleitos que defenderam, incentivaram ou tentaram relativizar o terrorismo em Brasília - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um levantamento feito pelo site The Intercept Brasil registrou 46 deputados federais eleitos em 2022 que defenderam, incentivaram ou tentaram relativizar os atos terroristas que aconteceram em Brasília no dia 8 de janeiro.

A apuração do portal, realizada entre os dias 9 e 10 de janeiro, identificou que dez deputados apoiaram abertamente os atos. Além destes, 24 apoiaram de maneira "disfarçada", tentando minimizar os seus efeitos ou ainda colocar a culpa em supostos “infiltrados de esquerda”. Por fim, outros 12 foram contrários às prisões.

Do total, sete são deputados federais eleitos pelo Rio Grande do Sul: três do PL, dois do MDB, um do Republicanos e outro do Podemos.

A reportagem do Intercept não identificou nenhum destes deputados gaúchos que tenham apoiado abertamente o terrorismo, porém, cinco deles foram flagrados "passando o pano", tentando minimizar o ocorrido ou ainda tentando colocar a culpa em supostos infiltrados.

São eles: Alceu Moreira (MDB), Giovani Cherini (PL), Marcelo Moraes (PL), Sanderson (PL) e Tenente Coronel Zucco (Republicanos).

Ainda, outros dois deputados não defenderam nem justificaram os atos, mas criticaram as prisões, alegando supostas violações de direitos humanos: Osmar Terra (MDB) e Maurício Marcon (Podemos).

O Intercept registrou que o deputado Osmar Terra chegou a divulgar a mentira de que uma idosa havia morrido na Academia Nacional de Polícia, local onde os presos estão sendo mantidos para triagem.

Além disso, até agora, não foi confirmada qualquer denúncia de violação de direitos humanos nas prisões. De acordo com balanço divulgado pela Polícia Federal, os detidos receberam alimentação regular (café da manhã, almoço, lanche e jantar) e hidratação, estando equipes médicas disponíveis durante todo o período.

PGR pede investigação de deputados que incitaram invasão

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito para investigar a possível incitação de deputados federais eleitos aos ataques às sedes dos Três Poderes.

Essa apuração não visa nenhum dos deputados gaúchos citados nesta matéria. Segundo a PGR, o foco são os parlamentares bolsonaristas eleitos André Fernandes (PL/CE), Clarissa Tércio (PP/PE) e Silvia Waiãpi (PL/AP).

O Ministério Público Federal (MPF) diz que publicações nas redes sociais dos parlamentares podem ser enquadradas como incitação pública à prática de crime e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito.

Segundo a PGR, em uma postagem, Clarissa Tércio afirmou: "Acabamos de tomar o poder. Estamos dentro do Congresso. [...] Isso vai ficar para a história". No caso de Silvia Waiãpi, a PGR afirma que ela divulgou vídeo das invasões com textos que estimulavam os ataques.


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Edição: Katia Marko