Rio Grande do Sul

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Eduardo Leite toma posse com discurso conciliador e promessa de priorizar a educação

Civilidade, diálogo, tolerância, respeito e colaboração foram algumas das palavras escolhidas pelo governador

Sul 21 |
Na AL, Leite é empossado governador do Estado - Fotos: Itamar Aguiar/Palácio Piratini e Rodrigo Ziebell/Palácio Piratini

Eduardo Leite (PSDB) tomou posse na manhã deste domingo (1º) para seu segundo mandato como governador do Rio Grande do Sul. Ao lado do vice, Gabriel Souza (MDB), Leite fez um discurso em tom conciliador e elencou prioridades de seu próximo mandato, com a promessa de melhorar a qualidade da educação e do aprendizado no topo da lista.

Civilidade, diálogo, tolerância, serenidade, respeito e colaboração foram algumas das palavras usadas por Eduardo Leite ao longo de sua fala. No início, ele relembrou seu primeiro mandato e chegou a citar um trecho do discurso feito ao tomar posse em 2019, que na sua opinião permanece atual. O parágrafo repetido destacava “romper com velhos modelos” e “construir um novo futuro”. Leite defendeu que sua gestão encurtou o caminho para chegar a esse “futuro promissor” para o Estado.

Em uma espécie de inventário do primeiro mandato, Leite chamou a atenção para algumas ações de seus primeiros quatro anos no Piratini: “colocamos o salário do funcionalismo em dia, realizamos concursos, concedemos revisão geral dos reajustes, pagamos dívidas históricas junto a fornecedores, com destaque para a saúde, conquistamos o equilíbrio fiscal, retomamos investimento em cultura com recursos próprios, em contraponto a um cenário nacional de ataque à cultura”. Projetos mais polêmicos, como o novo código ambiental, alvo de inúmeras críticas de ambientalistas, e o programa de privatizações, que entregou à iniciativa privada as empresas de energia e saneamento do Estado, também foram mencionados pelo governador, que os avalia sob uma perspectiva de “saúde fiscal”.


O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT), também destacou a importância do voto em um cenário de contestações do resultado das urnas e de mobilizações golpistas / Fotos: Itamar Aguiar/Palácio Piratini e Rodrigo Ziebell/Palácio Piratini

Apesar do tom diplomático, em alguns momentos, Leite fez menção às consequências do governo Bolsonaro. Ao lembrar que seu mandato enfrentou duas estiagens e uma pandemia, Leite destacou que seu governo respeitou a ciência, mas precisou lidar com o negacionismo e a desinformação e disse que muitas perdas poderiam ter sido evitadas “se houvesse maior compreensão de outras lideranças”. Ele aproveitou o momento para homenagear os mortos pela covid no Estado e para reafirmar: “mantenhamos nossa vigilância e a certeza de que o respeito à ciência é fundamental para o cumprimento do nosso dever como agentes públicos”.

Ao projetar seu próximo mandato, Leite destacou aquelas que nas palavras dele serão “prioridades” do governo:
– melhorar a qualidade da educação e do aprendizado;
– fazer com que o RS se consolide como polo nacional de qualidade no atendimento à saúde;
– combater a pobreza, especialmente a pobreza infantil, com ações de assistência e renda;
– investir no desenvolvimento econômico: incentivo ao agronegócio e à agricultura familiar com programa de irrigação e crescimento com inovação, apostando na transição energética e na sustentabilidade;
– fomentar o empreendedorismo, com destaque para a inovação e a diversidade.

Já no final de sua fala, Leite destacou o resultado das urnas e a importância de respeitá-lo: “Hoje, os eleitos assumem e os não eleitos devem se organizar para exercer a oposição, é assim a democracia”. Defendendo sua eleição como “uma vitória do centro democrático”, prometeu uma relação “saudável e madura” com o presidente Lula, que também assume hoje, em Brasília. Mencionando os “compromissos civilizatórios” de seu novo mandato, observou que “o amor e a liberdade são alicerces poderosos sobre os quais iremos construir o Rio Grande que desejamos”.

Antes de Leite, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT), também destacou a importância do voto em um cenário de contestações do resultado das urnas e de mobilizações golpistas em frente aos quartéis de todo o Brasil. “O voto de cada homem e de cada mulher precisa ser garantido e ser respeitado”. Valdeci disse ainda que o rito de hoje simboliza a necessidade que tem o país de “afastar a mazela do ódio”, exaltou a democracia – “mais frágil do que parece, mas mais resistente do que alguns possam crer” -, parabenizou o governador pela reeleição histórica e lembrou a importância da posse de Lula, na tarde deste domingo.

A presidenta do Tribunal de Justiça, Iris Helena Medeiros Nogueira, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, o ex-prefeito José Fortunati, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, foram algumas das autoridades presentes na cerimônia. Familiares de Leite e Souza também os acompanharam. Ao lado do governador, além dos pais, esteve o namorado, Thalis Bolzan.

Edição: Sul 21