O Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), divulgou o estudo "O perfil dos migrantes no Rio Grande do Sul", com as informações sobre essa população no estado. A pesquisa mostra que Uruguai, Haiti e Venezuela são os três países com maior número de migrantes na população do RS.
O material foi elaborado a partir de três diferentes bancos de dados. A partir dessa análise, fornece uma ideia aproximada sobre a presença de migrantes no estado. O estudo completo pode ser conferido aqui. A apresentação do material com um resumo pode ser baixada aqui.
O estudo ressalta que os uruguaios estão concentrados em sua maior parte na região de Fronteira, participando expressivamente no dia a dia de municípios como Chuí e Santana do Livramento, enquanto haitianos e venezuelanos ganharam espaço na lista de migrantes do RS desde 2018 e com presença mais espalhada pelo território gaúcho. Os senegaleses são a população migrante não americana mais expressiva do estado, com cerca de 3 mil representantes.
Em números totais, a base de dados do Sistema de Registro Nacional Migratório (Sismigra) indica que, em fevereiro de 2022, o RS contava com 93.088 registros de migrantes, enquanto o Cadastro Único, com dados de agosto de 2022, mostra 32.505 registros de nacionais de outros países.
“As características observadas nos migrantes que vivem no Rio Grande do Sul permitem inferir que parte importante dessas pessoas se encontra em situação de vulnerabilidade social, em especial aqueles que ingressaram em alguma modalidade associada à condição de refugiados, como é o caso dos venezuelanos e dos haitianos nos últimos anos”, analisa o autor do estudo, Tomás Pinheiro Fiori.
Sexo e faixa etária
De acordo com o Sismigra, considerando todas as nacionalidades de migrantes vivendo no RS, cerca de 59% do total de pessoas é do sexo masculino. Em algumas nacionalidades o percentual é ainda mais significativo, como dos senegaleses, que contam com 94% de homens.
Na questão da faixa etária, entre os uruguaios mais de 50% dos moradores estão acima dos 40 anos, enquanto 16,5% têm 25 anos ou menos. Entre os migrantes venezuelanos há uma diversidade de faixas etárias, sendo 28% dos registros de pessoas entre 0 e 15 anos, e 79,6% abaixo dos 40 anos de idade.
Escolaridade e remuneração
Dos migrantes com empregos formais no RS, trabalhadores com o Ensino Médio incompleto representa 43,4% do total. Com Ensino Superior completo, a proporção no Estado é de 10,6% dos migrantes. Quando considerada toda a população do Rio Grande do Sul, a proporção é de 27,4% com Ensino Médio incompleto e 21,8% com Ensino Superior completo.
A menor presença de migrantes empregados com nível superior completo no RS se reflete também nas médias salariais. Enquanto os migrantes recebem, em média, 2,27 salários mínimos no estado, o valor entre a população geral é de 2,88 salários mínimos. Com isso, o RS tem a 23ª pior média de rendimentos de migrantes do país, num ranking liderado pelo Rio de Janeiro.
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Edição: Marcelo Ferreira