O Sindicato dos Bancários de Porto Alegre (SindBancários), a Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras (FETRAFI/RS) e o Sindivigilantes do Sul realizaram, no início da tarde desta quarta-feira (21), um ato público em frente à Prefeitura de Porto Alegre para protestar contra o projeto de lei aprovado na Câmara Municipal que retira as portas giratórias de agências bancárias.
A reivindicação dos trabalhadores é que o prefeito Sebastião Melo (MDB) vete o projeto. Aprovado no último dia 14, de autoria do vereador Ramiro Rosário (PSDB), o projeto altera a Lei nº 7.494/1994, que obriga as agências e os postos de serviços bancários onde haja cofre, guarda ou movimentação de dinheiro a instalarem a porta eletrônica de segurança individualizada, na forma de porta giratória ou de sistema de eclusa, "em todos os acessos destinados ao público".
O texto do projeto aprovado agora em 2022 desobriga a instalação da porta eletrônica se houver Plano de Segurança em Postos de Atendimento Eletrônico (PAE). Após a realização do ato, foi protocolado um pedido de audiência com o prefeito para tratar do assunto e reforçar o pedido do veto ao projeto.
Aprovado sem diálogo com o setor
Durante a mobilização, o diretor do SindBancários e vice-presidente da CUT/RS, Éverton Gimenez, ressaltou que a lei que implementou a obrigatoriedade das portas giratórias na capital contou com a participação de entidades e instituições envolvidas no tema, como bancários, vigilantes, Brigada Militar e Polícia Federal, entre outras.
Desta vez, no entanto, não foram realizadas audiências públicas ou qualquer forma de discussão com a sociedade. “É uma lei que fere a vida e foi feita sem nenhuma democracia, é a Lei da Insegurança Bancária, porque no fundo ela tira a segurança das agências”, denunciou.
Por sua vez, a diretora do Sindivigilantes, Elisa Araújo, lembrou que são os vigilantes que estão presentes na entrada das agências, cuidando da segurança de bancários e clientes. Relata que já impediu um assalto a uma agência graças à instalação da porta giratória.
“Num município em que a criminalidade é grande, a gente precisa de mais segurança, em vez disso querem reduzir a nossa segurança, porque muitas vezes já enfrentamos situações complicadas mesmo com a porta giratória, imagina sem elas”, advertiu.
No encerramento do ato, o presidente do SindBancários, Luciano Fetzner, afirmou que “o grande problema, como sempre, é a ganância dos banqueiros. Eles dizem, por exemplo, que precisam reduzir custos para enfrentar a concorrência das cooperativas de crédito e outras instituições que não têm a obrigação das portas giratórias".
O dirigente bancário ainda recordou que o argumento dos bancos de que não há mais assaltos em agências bancárias não se sustenta, pois isso ocorre justamente pela presença das portas giratórias, que impedem os assaltantes de ingressarem armados nas agências.
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Edição: Marcelo Ferreira