O Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS) amanheceu sem serviço de segurança e portaria nesta quinta-feira (08). Conforme a empresa Serv Seguro, responsável pela portaria do posto, um dos principais equipamentos de saúde da Capital, os trabalhadores não compareceram por falta de pagamento dos salários. A empresa afirma que a Prefeitura não realiza os devidos repasses desde setembro. São três meses de atrasos, totalizando em torno de R$ 1,2 milhão por todo o período.
Devido à falta de pagamento, a empresa alega que sua situação financeira chegou ao limite e não está conseguindo honrar com os salários de novembro e nem pagar o 13º salário dos funcionários.
A segurança armada do posto de saúde é feito pela empresa Seltec, também terceirizada. Em contato com a reportagem do Sul21, um funcionário da empresa disse que não havia, no momento, ninguém responsável que pudesse explicar o que aconteceu com o serviço prestado na Vila Cruzeiro do Sul.
Em condição de anonimato, uma funcionária do posto disse que o local está com livre entrada e saída de usuários, sem nenhuma segurança e organização. Ela afirma que isso coloca todos em risco, pois não raras vezes a unidade de saúde recebe pessoas baleadas para atendimento e o grupo rival aparece para tentar consumar um homicídio.
A situação do posto de saúde da Cruzeiro foi denunciada à deputada estadual Luciana Genro (PSOL). Para a parlamentar, as terceirizações atingem especialmente os serviços de saúde e a educação da Capital. “Governos e empresas contratadas jogam a responsabilidade uns para os outros e quem mais sofre são os trabalhadores e o povo que necessita dos serviços funcionando. É muito grave o que está acontecendo no PACS, que não tem condições de funcionar sem segurança e sem portaria”, afirma Luciana, que anunciou o envio de ofício com cobrança à Prefeitura.
Criada na Vila Cruzeiro, a vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB) diz que é lamentável a situação do “Postão”, como é conhecido o equipamento de saúde do bairro. “É absurdo conceber o fato de um local tão vulnerável, em uma zona de risco como o Postão, fique desassistido dessa forma. Precisamos agir urgentemente para que as pessoas possam ter seu atendimento digno e em segurança. A situação é muito difícil, precarizada, os trabalhadores estão completamente com medo”, lamenta a vereadora.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o pagamento referente ao mês de setembro será realizado na manhã desta sexta-feira (9). “Quanto aos demais meses é necessário que a empresa apresente a documentação comprobatória adequada. Por se tratar de recursos públicos, todos os documentos são conforme a Lei 8.666”, explica a SMS.
Edição: Sul 21