Rio Grande do Sul

Luta por Direitos

Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul aprovam greve caso TJRS não apresente reajuste

Decisão foi tomada em assembleia do Sindjus nesta quarta-feira (7); trabalhadores estão há oito anos sem aumento

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Servidoras e servidores ocuparam a frente do TJRS para exigir a recomposição salarial, valorização e respeito - Foto: ASCOM Sindjus

Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul aprovaram a construção de uma greve em 2023 caso o Tribunal de Justiça (TJRS) não apresente o projeto de revisão de 32% na matriz salarial até o dia 14 de dezembro. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (7) em assembleia geral do sindicato que representa a categoria, o Sindjus, quando os presentes destacaram as dificuldades financeiras dos servidores ativos e aposentados, após os oito anos sem reajuste. Os trabalhadores também realizaram um protesto em frente ao Tribunal.

No ato, representando o aniversário de oito anos sem reajuste, os manifestantes entregaram um bolo ao TJRS. Também montaram uma árvore de Natal com pacotes de presente demonstrando a inflação dos anos de congelamento salarial. Bolas decorativas traziam o nome dos itens que tiveram maior aumento e impacto na vida dos trabalhadores: cesta básica, aluguel, luz, combustível, transporte, água, remédios e plano de saúde.

“Esses são os presentes da Administração para quem se dedica e se dedicou a fazer do TJRS um tribunal de excelência”, criticou o coordenador-geral do Sindjus, Osvaldir Rodrigues.


Intervenção dos manifestantes em protesto aos oito anos sem reajuste / Foto: ASCOM Sindjus

Na sequência, os dirigentes protocolaram no Tribunal de Justiça um ofício apresentando as deliberações da assembleia geral e cobrando, da Administração do TJRS, a apresentação do projeto da matriz salarial até o dia 14 de dezembro.

Para sindicato, TJRS não prioriza trabalhadores

Conforme o Sindjus, desde março as entidades representativas negociam com o TJRS a apresentação da revisão da matriz salarial, com o índice de 32% aprovado pela categoria em julho. “O estudo da matriz salarial feito pelo TJ de março até hoje já virou doutorado. Significa que nós, trabalhadores, não somos prioridade”, apontou o diretor Marco Velleda.

O sindicato argumenta que, ao mesmo tempo em que a Administração do Tribunal informava que a revisão da matriz estava sendo estudada, articulou na Assembleia Legislativa a aprovação de projetos em benefício dos magistrados. Além disso, em documento publicado no Sistema Eletrônico de Informações do TJRS, a revisão da matriz dos servidores não foi incluída entre os projetos destacados como prioritários.

Além de exigir que o TJRS envie o projeto de lei até o dia 14 de dezembro, a categoria deliberou: articular na Assembleia Legislativa que não seja dado acordo para votação de nenhum projeto do Judiciário, enquanto não for apresentado o PL de Revisão da Matriz Salarial; convocar as trabalhadoras e trabalhadores para as articulações e votações na ALRS nas terças-feiras; realização de atos regionais no Litoral Norte nos meses de janeiro e fevereiro, caso o PL da Matriz Salarial não seja apresentado; construir o movimento paredista em 2023; e criar uma ação para apresentar à sociedade as funções de cada um dos cargos.


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Edição: Marcelo Ferreira