Na manhã desta quinta-feira (8), em Porto Alegre, milhares de trabalhadoras e trabalhadores vindos de diferentes cidades do estado realizaram um ato contra os projetos de privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Na ocasião, servidores anunciaram estado de greve.
A mobilização, liderada pelo Sindiágua-RS e o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), teve início às 9h30, no Largo Glênio Peres, seguindo em caminhada até o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Os manifestantes encerraram o ato por volta das 12h em frente ao prédio da Corsan, onde discursaram sobre a importância da água e do saneamento público.
Um leilão está previsto para a venda da Corsan no próximo dia 20 de dezembro. “Caso o leilão realmente aconteça, justamente nas festas de final de ano, o governo do estado poderá deixar a sociedade gaúcha sem abastecimento de água e coleta de esgotamento sanitário”, declarou o presidente do Sindiágua-RS, Arilson Wünsch. Já a concessão do Dmae pode ser entregue à iniciativa privada em 2023.
Em defesa da água e do saneamento público
Como parte do ato, uma assembleia convocada pelo Sindiágua-RS foi realizada em frente à Prefeitura. Na ocasião, os servidores deliberaram estado de greve. “Nosso movimento tem o objetivo de tentar barrar um crime que está sendo cometido pelo governo do estado contra o patrimônio de todos os gaúchos e gaúchas. Mais uma vez estamos aqui para mostrar que sociedade quer a Corsan e o Dmae públicos, e que a água não deve ser tratada como mercadoria”, enfatizou Arilson.
Entidades questionam o por quê da pressa
As entidades questionam a pressa do governo em privatizar e alertam o TCE e a sociedade gaúcha sobre os riscos à população em caso de venda da Corsan. Durante o ato, um ofício aprovado pela Câmara de Vereadores foi enviado ao Tribunal de Contas solicitando a adoção de medidas que suspendam a desestatização para que se possa garantir maior transparência e envolvimento dos municípios.
O ato contou com cerca de dois mil manifestantes, entre eles servidores, deputados, vereadores, prefeitos e representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), do Levante Popular da Juventude, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O pacote de privatizações adotado pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), também abrange as estatais da área de energia vinculadas à Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura: Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT), Companhia de Gás (Sulgás) e Companhia Riograndense de Mineração (CRM).
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Edição: Marcelo Ferreira